A Polícia Civil investiga a morte
de um agente da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase) ocorrida na
manhã desta quarta-feira (04), em Abreu e Lima, Grande Recife. De acordo com as
investigações, uma pessoa se assustou ao ver o agente com uma arma e gritou
pensando se tratar de um assaltante. Um sargento da PM, lotado na Rádio
Patrulha, que passava pelo local, reagiu e atirou. Só depois ele descobriu que
o homem armado era um funcionário da Funase.
Testemunhas
informaram à polícia que viram quatro pessoas chegando dentro de um carro preto
em uma oficina, situada perto do Terminal de Ônibus de Caetes 1, em Abreu e
Lima. Ao ver o veículo se aproximar do local, alguém teria gritado que era um
assalto. Dentro da oficina estava o sargento da PM Manoel Santos, 53 anos, que acreditou
estar ocorrendo um assalto. O militar atirou contra o veículo e atingiu o
agente socioeducativo Edmar Gomes Ferreira, 39 anos, que estava no banco do
passageiro.
Após efetuar o
disparo, o sargento teria ligado para a polícia informando o que ocorreu. Ele
deixou o local e seguiu para o Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa
(DHPP), no Recife. "Ele prontamente ligou para o Ciods [Centro Integrado
de Operações de Defesa Social], informou o que tinha acontecido e se apresentou
à guarnição do 17º [Batalhão], depois foi conduzido para a Delegacia de
Homicídios. Primeiro, ele não sabia nem que era agente socioeducativo e eu não
perguntei se a pessoa estava ou não armada, mas ele disse que a pessoa que
gritou, categoricamente, afirmou que o agente estava armado, que era um
assalto", relatou o sargento da Rádio Patrulha Gustavo Rodrigues.
De acordo com a
perícia, a cena do crime foi modificada. "Percebemos que houve uma total
descaracterização do local. A vítima, inclusive, estava em posição não adequada
frente à dinâmica. O automóvel não estava na posição de origem. Sem dúvida,
isso dificulta, embora a gente tenha conseguido montar uma dinâmica que dá a
interpretação precisa na solução do caso", afirmou o perito Fernando
Benevides.
Outro agente
socioeducativo, Edvaldo Severino dos Santos, que também estava no carro, foi
levado para Unidade de Pronto Atendimento de Paulista, porque teria passado
mal. Não há informações sobre o estado de saúde dele.
A polícia não
divulgou informações sobre a pessoa que teria gritado. O delegado Paulo Furtado
espera ouvir ainda nesta quarta os envolvidos. "Informalmente, eu vou
conversar com a pessoa que está UPA para colher mais informações para tentar
cruzar as versões das testemunhas com a do PM para ver se há contradição.
Havendo contradição por parte do PM, ele será autuado em flagrante",
disse.
O corpo de Edmar
Gomes Ferreira foi encaminhado para o Instituto de Medicina Legal (IML) do
Recife. Ele trabalhava na Funase de Abreu e Lima. (G1 PE)
Blog: O Povo com a Notícia