A
entidade defende que R$ 8 bilhões que deverão ser gastos com a eleição sejam
transformados em políticas públicas nos municípios, em benefício da população
mais carentes
A União Brasileira de Municípios
(Ubam) que vem lutando pela prorrogação dos mandatos dos atuais prefeitos,
desde o início dos trabalhos da reforma política que tramita na Câmara dos
Deputados, já previa a situação difícil que deverá enfrentar a maioria dos
gestores de todo país que tentarão a reeleição. A proposta da entidade no
congresso nacional é que houvesse a coincidência dos mandatos, deixando para
2018 todo o processo eleitoral e evitando gasto que poderá ultrapassar R$ 5
bilhões de reais, fora a justiça eleitoral que só em 2014 gastou R$ 3 bilhões
com as atividades judiciárias, que poderia se transforma numa economia de R$ 8
bilhões, para ser investido em educação, saúde e infra-estrutura das pequenas
cidades.
Segundo o presidente da Ubam,
Leonardo Santana, 60% dos atuais gestores que tentarão a reeleição terão
imensas dificuldades de vencer o pleito, por conta da conjuntura atual que
beneficia setores da oposição, a qual usará as dificuldades dos e as diversas carências
sociais como argumentação de palanque, escondendo os reais motivos desse
enfraquecimento das gestões. Ele destacou que a crise moral e econômica que
paira sobre o país “engessou as administrações públicas municipais”, tornando
impossível aos prefeitos garantirem investimento nas áreas mais cobradas pela
população.
Só nos primeiros seis meses de
2016, com a retração da economia, as prefeituras deixaram de receber mais de R$
2,7 bilhões em recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), inviabilizando
o custeio geral da máquina administrativa, acumulando dívidas com contas de
água, lua e telefone, diminuído expediente nas sede das prefeituras e
secretarias e transformando cidades em verdadeiros canteiros de obras
inacabadas.
Leonardo salientou que se a
maioria do congresso fosse composta de pessoas sérias e comprometida com a
população, não haveria eleição este ano, mas isso afrontaria interesses de
muitos que estão ávidos a tomar assento nas prefeituras, mesmo com a situação
caótica que elas enfrentam.
Ele destacou que muitos
prefeitos não se submeterão ao processo eleitoral e alguns desistindo da vida
pública, descontentes com a política de clientelismo que reina no país, a má
distribuição de tributos, o desprestígio dos municípios perante o governo da
União, a falta de mais garra dos gestores em torno de uma luta maior pelas
cidades, o enfraquecimento dos consórcios e a marginalização do cargo, pois
muitos são homens de bem e pais de família, taxados de desonestos.
A Ubam reunirá, nos próximos
dias, prefeitos de vários municípios do Nordeste, por região, com o objetivo de
orientar os gestores quanto a condutas vedadas no exercício eleitoral,
prestação de contas de 2016, política de resíduos sólidos e projetos que possam
atrair recursos externos para as prefeituras, principalmente para
desenvolvimento de programas ambientais e estruturais.
Blog: O Povo com a Notícia