Depois
de anunciar que não haverá antecipação do 13º salário para os servidores este
ano, o governo estadual informou que até dezembro continuará divulgando o
calendário de pagamento mês a mês. A estratégia, anunciada em abril, é
justificada pelo momento de dificuldade econômica que o Estado atravessa. Na avaliação
de governistas, o período de instabilidade financeira não permite que a gestão
Paulo Câmara (PSB) antecipe para o funcionalismo público a data dos salários.
Em 2016, os servidores só tiveram acesso, de forma antecipada, à
data de pagamento salarial referente aos dias trabalhados nos primeiros quatro
meses do ano. No final de maio, em entrevista à Rádio Jornal, o secretário
estadual de Administração, Milton Coelho, afirmou que esperava, "com muito
otimismo", que a data de pagamento dos salários se mantivesse no quinto
dia útil de cada mês.
No entanto, a situação começa a ficar difícil para o Estado. De
acordo com informações recentes do governo estadual, aposentados e pensionistas
receberão o pagamento no dia 4 agosto e os servidores ativos no dia 5. Os
comissionados, porém, só terão o dinheiro depositado em suas contas no dia 12
de agosto.
A falta de previsibilidade em relação ao pagamento salarial tem
gerado incômodo entre os servidores. Muitos deles, sem se identificar por medo
de represálias, afirmam que há um receio de que a data do depósito dos salários
seja alterada de setembro em diante e complique o orçamento doméstico.
Por outro lado, há quem tenha agido para evitar problemas
maiores. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco
(Sintepe), Fernando Melo, disse que a categoria se cercou de cuidados. "Na
última reunião da mesa de negociação da Educação, cobramos o salário até o
quinto dia útil. Em junho, recebemos no sexto dia útil o que seria o salário de
maio e já tínhamos discutido que não iríamos aceitar atrasos. Entramos com uma
ação, que está tramitando ainda, para que o Estado não deixe de pagar até o
quinto dia útil. Pedimos, inclusive, o bloqueio das contas se isso acontecer.
Nosso jurídico conseguiu fazer", garantiu.
O Sintepe foi um dos primeiros sindicatos a dar dor de cabeça ao
governo Paulo Câmara. Em 2014, os professores da rede estadual decretaram
estado de greve em março, quando o socialista tinha apenas três meses à frente
de Pernambuco. A categoria promete endurecer novamente caso ache necessário.
"Temos uma deliberação de parar as atividades caso haja um novo atraso de
salário", enfatizou.
Nos últimos meses, o governador e seus auxiliares vêm pedindo a
compreensão dos servidores e ressaltam que a situação em Pernambuco ainda é
mais cômoda do que em outros Estados. Os governistas também enfatizam que têm
feito a sua parte, reduzindo os gastos com a máquina pública e buscando
alternativas para ter novas receitas e garantir uma folga possível no caixa. (Via: PE Notícias)
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