A questão do “copo meio cheio e
copo meio vazio” foi utilizado como nunca pela Secretaria de Defesa Social
(SDS). O Governo de Pernambuco divulgou nesta sexta-feira (15), os números de
ocorrências e de tentativas de assaltos a bancos no Estado referentes ao
primeiro semestre deste ano.
De acordo com os dados, houve
redução de 44,4% nos roubos a agências em funcionamento, em um comparativo
entre os seis primeiros meses de 2015 com o mesmo período de 2016. Foram 18
casos no ano passado e 10 casos este ano.
Houve queda também nas
investidas que não tiveram sucesso, ou seja, quando os assaltantes não
conseguiram sair dos bancos com o dinheiro. Para esta modalidade, a pasta
registrou quatro situações até junho, contra oito, no último ano. Roubos e
furtos a caixas eletrônicos passaram dos 30 casos em 2015 para 28 deste ano
(-6,7%).
Embora mostrem diminuições, os
indicadores contradizem a realidade da segurança pública em Pernambuco, que já
acumula 80 assaltos a bancos, dos quais 31 deles tiveram o uso de explosivos
(38% das ocorrências), como revelado pela Delegacia de Repressão aos Roubos e
Furtos nessa quinta-feira (14).
As reportagens dos
telejornais, todos os dias, desmentem esses números. Só neste mês, nove crimes
foram registrados. Para esta situação, a SDS admite o aumento, que por sinal é
alarmante, de 250%.
No entanto, a Secretaria
justifica a fragilidade da ocorrência na “falta de investimento”, por parte das
instituições bancárias, na segurança interna, o que “facilitaria” a ação dos
criminosos.
De acordo com a SDS, no mesmo
comparativo de tempo, os casos passaram de quatro para 14. Segundo as
informações, as ações costumam acontecer durante os finais de semana, quando os
assaltantes conseguem entrar nas agências fechadas sem serem vistos, por
descuido ou por falta de profissionais dentro dos bancos. E ao que parece,
também, de carência de policiais nas ruas.
Em contrapartida, a Secretaria
reafirma que os casos de assaltos a banco em investidas cinematográficas, com
explosões e fugas espetaculares têm sido sanados e que a operativa pública “tem
dado resposta” e que, por isso, “a situação tem se apresentado com viés de
melhora”.
Confira na íntegra os dados
divulgados pela SDS:
Pernambuco reage
aos assaltos a bancos.
Comparativo com o
ano passado mostra que a polícia está no caminho certo em relação ao combate às
quadrilhas.
Os casos de
assaltos a banco em investidas cinematográficas, com explosões e fugas
espetaculares deixam a sensação de um quadro alarmante para a população, mas a
realidade dos números comprova que o Governo de Pernambuco, através da
Secretaria de Defesa Social e suas operativas, tem dado a resposta. E, num
comparativo entre o primeiro semestre do ano passado com o mesmo período de
2016, a situação se apresenta com viés de melhora. O quadro que mostra mais
fragilidade é aquele dos furtos a banco (ação sem violência ou ameaça a terceiros),
que ocorrem quando as agências estão fechadas e a própria instituição não
investe em segurança interna, facilitando a ação dos bandidos. Eles conseguem
entrar e sair do local sem serem notados e o prejuízo só é notado no dia
seguinte ou nas segundas-feiras, quando o ataque ocorre durante os fins de
semana.
Como revelam os
quadros abaixo, do início de janeiro ao fim de junho de 2015, ocorreram 18
roubos a banco (que são aquelas situações em que os bandidos entram com a
agência em funcionamento, colocando em risco a integridade de clientes e
funcionários), contra dez do primeiro semestre deste ano, numa redução de 44,4%
no número de ocorrências. Os furtos cresceram 250% no mesmo comparativo,
subindo de quatro para 14 casos. Roubos e furtos a caixas eletrônicos passaram
dos 30 casos do ano passado para 28 deste ano, ou -6,7%.
Nas ocorrências
onde os assaltantes promovem o ataque, mas não conseguem deixar a cena do crime
com o dinheiro, houve queda de oito em 2015 para quatro este ano.
OCORRÊNCIAS
CONSUMADAS DE MODALIDADES ESPECIAIS DE CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO (MECP) –
JANEIRO A JUNHO DE 2015/2016 – PERNAMBUCO
OCORRÊNCIAS
TENTADAS DE MODALIDADES ESPECIAIS DE CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO (MECP) –
JANEIRO A JUNHO DE 2015/2016 – PERNAMBUCO
Quando se
avalia a forma de atuação das quadrilhas nos ataques a caixas eletrônicos em
Pernambuco, nota-se que houve redução também em relação ao uso de explosivos.
Se nos primeiros seis meses de 2015 foram registradas 17 abordagens deste tipo,
em 2016 elas ocorreram nove vezes, um número 47% menor. Mesmo caso dos
arrombamentos, com redução de 72%, caindo de oito para dois casos. O
crescimento se deu apenas em relação ao uso de maçarico, que saltou de quatro
para 17 registros (ver quadro abaixo). Esse tipo de instrumento era utilizado
pela quadrilha que atacou um banco em Buenos Aires, na madrugada da
segunda-feira (11/07). Na oportunidade, quatro bandidos acabaram mortos em
troca de tiros com a Polícia e dois foram presos, o que deve se refletir em
redução nessa modalidade de crime.
Blog: O Povo com a Notícia
Via: Blog da Folha PE



