O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin atendeu ao pedido do
presidente Michel Temer (PMDB) e mandou a Polícia Federal realizar uma perícia no
áudio gravado pelo empresário Joesley Batista,
dono da JBS, em reunião com o presidente no dia 7 de março, no Palácio do
Jaburu.
Em pronunciamento neste sábado – o segundo desde que o
escândalo veio à tona – Temer disse que o conteúdo do áudio foi manipulado e
que tem mais de 50 cortes, amparando-se em perícia feita pelo jornal Folha
de S. Paulo. “Essa gravação clandestina foi manipulada e adulterada
com objetivos nitidamente subterrâneos e, incluído no inquérito sem a devida e
adequada averiguação, levou muitas pessoas ao engano induzido e trouxe grave
crise ao Brasil”, afirmou.
Fachin, no entanto, negou a suspensão imediata do inquérito,
como queria Temer, e determinou que o plenário do STF, que tem 11 ministros,
decida sobre o pedido. O julgamento não tem data para acontecer, mas o colegiado
máximo da Corte costuma se reunir às quartas e quintas-feiras. O inquérito
apura os crimes de corrupção passiva, obstrução
da Justiça e
pertencimento a organização criminosa – Temer nega todos os
crimes.
Antes da decisão de Fachin, o
procurador-geral da República, Rodrigo Janot,
enviou parecer ao STF concordando com a realização da perícia, mas defendendo a
continuidade da investigação. “Em primeiro lugar, cabe destacar a flagrante
contradição do pedido, visto que o inquérito existe justamente para a apuração
dos fatos e para a produção de evidências, dentre elas perícias técnicas”,
escreveu.
Janot disse, ainda, que a gravação passou por avaliação
técnica de um setor da Procuradoria-Geral da
República, “que constatou que o material, em uma análise
preliminar, é audível, inteligível e apresenta
uma sequência lógica e coerente, com características iniciais
de confiabilidade”, diz Janot no parecer. “Ademais, a referida gravação é
harmônica e consentânea com o relato da colaboração de pelo menos quatro
colaboradores”, se referindo a Joesley e seu irmão Wesley Batista e os
executivos da JBS Ricardo Saud e Florisvaldo Caetano de Oliveira. (Via: Agência Brasil)
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