O próximo
objetivo da comunidade é a implantação de um sistema de irrigação com apoio da
Codevasf e outros parceiros
A aldeia indígena de Serrote dos Campos, no município de Itacuruba, sertão
de Pernambuco, terá a sua produção agrícola fortalecida. A população residente
na localidade, que vive basicamente da produção de mandioca, foi beneficiada
pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba
(Codevasf) com um trator agrícola. O equipamento vai contribuir para a melhoria
da agricultura familiar praticada no local.
Segundo o líder indígena da aldeia, Jorge Pankará, a comunidade não tinha
trator. Para fazer os trabalhos agrícolas, era necessário recorrer aos
municípios vizinhos como Floresta e Belém do São Francisco, também em
Pernambuco. “Quando a gente aluga um trator, temos que pagar por hora.
Normalmente é cerca de R$ 150 a hora. Só conseguimos alugar quando juntamos
alguns produtores pra dividir o custo”, afirma Pankará.
Agora, sem a necessidade de pagar para usar a máquina, a esperança é que a
produção aumente e melhore a situação de toda a comunidade. “Esse trator que a
gente está adquirindo com certeza vai mudar totalmente a nossa situação. Além
disso, a gente vai poder ajudar os pequenos agricultores do nosso município que
têm a mesma dificuldade. A vinda desse equipamento vai ser a coisa mais
importante da nossa comunidade”, comemorou Jorge.
O próximo objetivo é a implantação de um sistema de irrigação na
comunidade. Isso poderá se concretizar graças à contribuição conjunta da
Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), Comitê de Bacias e 3ª
Superintendência Regional da Codevasf, sediada em Petrolina (PE).
O projeto do sistema de irrigação está sendo desenvolvido para a
comunidade pela Univasf; já o Comitê de Bacias assegurou recurso para
construção de uma adutora, cuja obra está em fase de licitação. Segundo Jorge,
se a adutora for construída e o sistema de irrigação for implantado, a
comunidade alcançará um novo patamar. Além disso, o plano é construir uma casa
de farinha no local.
Da Codevasf, a comunidade indígena espera obter a implantação do sistema
de irrigação simplificado, pleito que já foi discutido com a 3ª
Superintendência Regional da Companhia. “É tradição do nosso povo trabalhar com
mandioca. Mas hoje não temos condições. Nossa população é de mais de 480
pessoas, 103 famílias. A gente vive da subsistência da caatinga, artesanato,
pequenas plantações dentro do muro da casa mesmo, horta, bode, galinha
caipira”, explica Pankará.
O superintendente regional da Codevasf, Aurivalter Cordeiro, acredita que
o projeto da Univasf poderá facilitar a implantação do sistema na aldeia indígena
pela Companhia. “Nós já acertamos com a aldeia que assim que a Univasf
finalizar o projeto ele nos seja entregue para ser estudado. Assim, vamos
pensar em uma maneira de viabilizá-lo. Isso seria de uma importância muito
grande para eles e nós queremos contribuir para a melhoria de vida daquelas
pessoas”, disse Cordeiro.
Mais apoio à agricultura familiar
Até março deste ano, cerca de 5 mil famílias que vivem da produção
agrícola familiar no semiárido de Pernambuco foram beneficiadas com tratores e
implementos agrícolas por meio da atuação da Codevasf. A Companhia está
aplicando cerca de R$ 5 milhões em 62 tratores e implementos agrícolas que
estão sendo disponibilizados às famílias através de associações de comunidades
rurais e prefeituras.
Destes, seis já foram entregues e os demais serão repassados ao longo
deste ano. Os recursos que garantem a ação foram destinados à Codevasf por
emendas parlamentares.
Até o momento, já foram beneficiadas as associações Quilombola de
Ingazeira e do Poço do Boi, no município de Itacuruba; a Associação Rural Sítio
Boa Vista e Feliciano, em Tabira; a Associação Comunitária Esperança, Ação e
União, em Moreilândia; a Associação de Moradores da Ilha do Massangano e a
Associação Agricultores do Sítio Marizinho e Adjacências, ambas no município de
Petrolina.
Mais informações: http://www.codevasf.gov.br
Blog: O Povo com a Notícia