No começo de julho passado, em
entrevista de mais de uma hora em que concedeu ao jornalista Walter Santos, da
Paraíba, para a Revista Nordeste, o ex-presidente Lula esnobou a figura do
governador Paulo Câmara, do PSB.
“O (governador) Paulo Câmara é o resultado daquilo que eu não acredito.
Ninguém governa porque é técnico. Um técnico você contrata. Político é difícil
você encontrar um bom. Técnico tem muito. A universidade está assim. você
tentar transformar um técnico em político, (mas) é muito mais fácil você fazer
um político contratar um bom técnico para assessorar.
“Eu não sei qual é o futuro do Paulo Câmara. Ele vai enfrentar o Fernando
Bezerra Coelho, que tem outros interesses. Vai enfrentar muita coisa lá. Tem
cinco ministros contra ele lá”.
No vídeo, o jornalista paraibano diz que o governador socialista não terá
o apoio da família Arraes, como teve no passdado, e informa que o advogado
Antônio Campos e a mãe dele, Ana Arraes, iriam apoiar Armando Monteiro Neto, do
PTBV, contra o socialista.
Ali, aparentemente, a declaração de Lula jogava um balde de água fria na
especulação de que o PSB e o PT, no Estado, poderiam se realinhar, para as
eleições de 2018, depois que o próprio presidente Lula disse que
estaria disposto a montar uma frente de esquerda para a eleição presidencial de
2018, incluindo o PSB (da Paraiba, vale ressaltar).
No começo de julho, o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), afirmava
que o partido estava aberto a acordos com qualquer legenda que queira apoiar a
reeleição do governador Paulo Câmara (PSB).
A afirmação do gestor municipal foi interpretada como uma resposta à
declaração de Lula.
“Paulo vem fazendo um governo vitorioso. No próximo ano vamos trabalhar as
alianças para a eleição. A Frente Popular vai estar aberta para diversos
partidos que quiserem apoiar a campanha de Paulo”, disse o prefeito, então. Geraldo
está atuando como um dos principais cabos eleitorais do governador.
Antes de Geraldo Julio, também sobre a fala de Lula, o próprio governador
Paulo Câmara seguiu a mesma linha, afirmando que está aberto ao diálogo.
“O PSB quer sempre contribuir e está aberto, sempre esteve muito aberto a
muitas oportunidades. Agora, vai precisar de muita conversa, de sentar à mesa,
ver qual é a estratégia para 2018, qual é o rumo e qual o caminho que vai
querer percorrer”, disse esta semana que passou.
O problema de Paulo Câmara é que realinhamento com o PT no Estado poderá
representar o afastamento do PMDB, um dos aliados mais consistentes do PSB no
momento.
A legenda é liderada aqui pelo deputado federal Jarbas Vasconcelos e tem
na vice-governadoria e na pasta estratégica de Desenvolvimento Econômico, Raul
Henry, também do PMDB.
Procurada para comentar a crítica de Lula, em entrevista a uma revista da
Paraíba, naquele final de semana, a assessoria do governador Paulo Câmara
informou que o socialista não iria responder.
Informalmente, os socialistas não deixaram de comentar a fala.
“Lula é feito biruta de aeroporto, hora quer o PSB, hora fala mal do PSB.
Mas hoje o PSB está longe do PT. Quem falou em atrair o PSB foi Lula. De reunir
a esquerda. Não houve sinalização alguma por parte do PSB nessa direção. Nem
nacional e nem na estadual. Quem quiser apoiar Paulo, sem condições, encontrará
as portas abertas. Mas hoje a gente já tem uma frente de partidos bastante
ampla e forte. Vale o ditado: “quem muito fala dá
bom dia a cavalo” Talvez seja o caso de Lula. Nossos
aliados prioritários já estão na Frente Popular.”, diz um aliado do Palácio.
No caso, em jantar na casa de Renata Campos, se não trocaram bom dia,
trocaram ao menos um boa noite! (Via: Blog do Jamildo)
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