Por Paulo Valgueiro
Vereador - PMDB
Nesta última quinta-feira, 24 de agosto, foi aprovado por unanimidade pelos vereadores da situação e da oposição, o Requerimento de minha autoria solicitando A REALIZAÇÃO DE UMA AUDIÊNCIA PÚBLICA NA CÂMARA DE VEREADORES DE PETROLINA PARA DISCUTIR SOBRE A VIABILIDADE E CONVENIÊNCIA DA PRIVATIZAÇÃO DA ELETROBRAS – CENTRAIS ELÉTRICAS S.A, anunciada esta semana pelo Ministro das Minas e Energias, Fernando Bezerra Filho, para que a população também possa participar da discussão e ouvir as propostas e soluções trazidas pelos representantes dos poderes públicos, aptas a combater o atual cenário e as dificuldades ocasionadas pela falta de investimentos no setor ao longo do tempo, pela má gestão de recursos financeiros, mau aproveitamento dos recursos naturais produtores de energia, bem como pela crise hídrica, sobretudo no que se refere à produção energética advinda do Rio São Francisco.
Entendemos que precisa haver solução urgente para a crise no setor energético do país, mas, certamente, a privatização da Eletrobras, uma concessionária de serviços públicos estratégica para o país, e talvez a maior geradora de energia elétrica do planeta, não é a solução mais adequada.
Sabemos que no Brasil não faltam recursos naturais geradores de energia, tanto o eólico, quanto o hidráulico, que se melhor aproveitados, poderia minorar a crise energética, atendendo a demanda da população usuária em todo o país.
As notícias de que o governo federal pretende privatizar a ELETROBRAS, anunciada pelo Ministro Fernando Filho, dão conta de que esta privatização é apresentada como a solução para os problemas do setor, como medida de melhoria e eficiência energética do país, redução do endividamento do Estado, redução do preço da energia elétrica, bem como para o crescimento da confiança do mercado externo.
Tais justificativas são falaciosas. Na prática, a privatização da Eletrobras importará na perda de controle sobre a energia elétrica do Brasil, que passará a ser dos gestores privados, possivelmente estrangeiros, que terão controle também sobre a vazão de rios, com impactação direta na gestão do uso da água, tais como navegação e irrigação, esta última atingindo em cheio a nossa fruticultura irrigada.
Não somos radicalmente contra as privatizações, desde que sejam precedidas de uma ampla discussão com a população, estudando-se as consequências práticas, inclusive em relação ao uso sustentável das fontes de energia elétrica disponíveis, a exemplo do nosso Rio São Francisco, e como isso impactará a vida do consumidor final, a população.
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