Começou, às 8h30, o julgamento
dos recursos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra sua condenação a
9,6 anos de prisão pelo juiz federal Sérgio Moro no caso do triplex no Guarujá.
A sessão da 8ª Turma, na sede do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4),
em Porto Alegre, vai apreciar nesta quarta-feira (24) apenas o processo do
petista.
Por volta das 10h08, Lula chegou no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em
São Bernardo do Campo. Ele estava em uma comitiva, em um veículo preto. Lula
estava acompanhado do advogado e compadre Roberto Teixeira, e do pré-candidato
ao governo de SP, Luiz Marinho. Em discurso, Lula afirmou que está
"extremamente tranquilo e tô com a consciência de que não cometi nenhum
crime. A única coisa certa que pode acontecer é eles dizerem que o Moro
errou".
"Eu tenho muita disposição e o que está acontecendo comigo é muito
pouco diante do que está acontecendo com milhões de brasileiros desempregados
nesse país. Talvez ainda não tenha passado o efeito da anestesia que foi dada
no povo brasileiro. Se contou muita mentira sobre o PT, sobre a Dilma. Diziam
que ia melhorar. Agora, o povo está começando a acordar. Estão vendendo
nosso corpo. Rifando a Petrobras, o BNDES, a Caixa Econômica Federal.
Resolveram criticar porque o PT estava fazendo demais. Porque estávamos
conversando demais com a Bolívia, com o Equador, com a Venezuela ao invés de
conversar com os EUA. O que incomoda eles é que a gente não queria ser mais do
que ninguém, mas não aceitamos ser menos. Reclamaram das minhas relações
com a África.
Esse país deve sua cultura a África, aos negros africanos. Somos
resultado da miscigenação. Esse sindicato, desde que foi fundado em 59, mudou a
história desse país. Eu sei o que esse sindicato significa pra democracia. A
conquista que vocês tiveram ao longo dos anos incomodou a elite brasileira.
Esse país sempre foi pensado para 35% da população. Pobre era apenas
estatística", afirmou o petista.
Dando continuidade ao discurso, Lula ressaltou que só irá parar de lutar
quando morrer. "Quero agradecer os companheiros que estão aqui comigo. Os
companheiros do MST, do Levante Popular. Um beijo no coração. Se tem uma coisa
que carrego na alma é que esse sindicato é responsável por tudo que eu fui na
vida. Eles se preparem porque a gente vai voltar e vai transformar esse
país".
Julgamento: O recurso envolve o favorecimento da Construtora OAS em contratos com a
Petrobras, com o pagamento de propina destinada ao Partido dos Trabalhadores e
ao ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, por meio do apartamento triplex do
Guarujá e do depósito do acervo presidencial. As imputações são de corrupções
ativa e passiva e de lavagem de dinheiro. Esta será a 24ª apelação julgada pelo
TRF4 contra sentenças proferidas em ações oriundas da Operação Lava Jato.
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