Após dois anos e meio de
investigações, a Secretaria de Defesa Social (SDS) concluiu o processo
administrativo que apurou a conduta do policial militar Miguel Furtado de
Souza, acusado de matar com um tiro de fuzil o estudante Marcelo Lauriano
Gomes Filho, 16, durante uma abordagem no município de
Escada, na Mata Sul de Pernambuco, em 2015. O secretário Antônio de Pádua
determinou que o PM seja punido com 30 dias de prisão. A medida deve ser
cumprida imediatamente após a notificação.
Na decisão, o gestor da SDS afirmou que o sargento “conta com 127
(elogios) decorrentes de ocorrências policias relevantes para a segurança
pública do Estado e nenhuma punição disciplinar registrada nos seus
assentamentos funcionais”. Pontuou ainda que ele já responde a processo na Justiça
pelo crime e que, se condenado, caberá ao procurador geral de Justiça formular
parecer sobre a possível perda de graduação do policial.
A morte de Marcelo Lauriano aconteceu em 16 de junho de 2015.
Ele dirigia o carro do pai, quando foi abordado por policiais da Companhia
Independente de Operações e Sobrevivência em Área de Caatinga (Ciosac). Dentro
do veículo estavam um irmão de Marcelo e dois amigos. Eles conversavam com um
casal que estava em outro carro, um Corolla, em frente a sede dos bancos Santander
e Banco do Brasil, por volta das 23h.
O jovem que dirigia o Corolla foi abordado e entregou os documentos.
Marcelo, por ser menor de idade e não ter carteira de habilitação, tentou
fugir. Os policiais solicitaram, por duas vezes, que ele parasse o veículo,
mas, como não tiveram resposta, o PM Miguel de Souza fez um disparo de fuzil em
direção ao carro. O tiro acertou a cabeça de Marcelo. Os policiais envolvidos
na ocorrência ainda acionaram o Samu, mas o menino já estava sem vida.
À Polícia Civil, o sargento disse que escorregou com a arma, atirando
acidentalmente contra o adolescente. As cinco testemunhas e os demais policiais
negam a versão do PM. Ele responde por homicídio qualificado, porque a vítima
não teve chance de defesa. A pena pode chegar a 30 anos de prisão, caso seja
condenado. (Via: Ronda Jc)
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