O aumento de suspeitas e
confirmações de casos de febre amarela (FA) silvestre no País tem provocado uma
corrida por vacinas até mesmo em Pernambuco, que não consta na lista de áreas
de risco para a doença. Entre o fim do ano e a primeira semana de 2018, a
notícia da morte de primatas em uma área de mata próximo a um residencial
próximo à Via Mangue, em Boa Viagem, reforçou a preocupação local,
principalmente no Recife. A situação levou dezenas de famílias a buscarem
imunização nos serviços particulares de vacinação provocando o desabastecimento
do imunizante. Em algumas clínicas, já não é possível encontrar as doses e
sequer existe previsão para uma nova compra. O Estado também investiga o
primeiro caso de 2018 para febre amarela. Uma pernambucana que esteve em
Mairiporã, São Paulo, aguarda o resultado de exames laboratoriais para a doença.
O diretor geral de
Controle de Doenças e Agravos da Secretaria Estadual de Saúde (SES), George
Dimech, informou que a paciente em investigação viajou para Mairiporã no último
dia 7. Ao retornar para Pernambuco dia 9, apresentou febre e buscou ajuda numa
unidade particular de saúde que notificou a suspeita. A cidade paulista é uma das
que está em alerta para febre amarela, inclusive com registro de óbito
suspeito. A paciente já teve alta hospitalar e aguarda a conclusão dos exames
em casa. O gestor destacou que Pernambuco não é área de risco para a
enfermidade e não tem registro da doença há cerca de 90 anos, mas que desde o
ano passado foi reforçada a vigilância para a FA com a implantação de serviços
sentinelas de primatas. “Não estamos em área de transmissão e não há evidência
de da circulação do vírus aqui. Nós não temos aqui nos centros urbanos o vetor
(os mosquitos Haemagogus e Sabethes) e um caso (que venha a aparecer) não vai
repercutir em outras pessoas porque nosso cenário é desfavorável a doença “,
comentou Dimceh.
O gestor classificou como
“improvável” a possibilidade de um surto no Estado, mas afirmou que a SES está
atenta. A garantia de que não há circulação do vírus vem do monitoramento da
morte de macacos. Desde o ano passado, foram notificadas 36 ocorrências de
mortes ou adoecimento de primatas, envolvendo 70 animais, em 26 municípios. Até
o momento, nenhum resultado laboratorial foi positivo para a FA. “A maioria das
mortes desses primatas foi relacionada a envenenamento e herpes”, comentou
Dimech. A primeira ocorrência de óbito de macacos em 2018 foi notificada no Recife
envolvendo primatas nas imediações de um condomínio da Zona Sul. Uma equipe da
Vigilância Ambiental do Recife visitou o residencial na última semana depois de
informes da morte de um sagui. Não foi possível a coleta ou captura do animal
porque funcionários o jogaram no lixo. Segundo a Secretaria de Saúde do Recife,
no dia da visita ainda foram observados outros três saguis no local. Mesmo não
tendo sido encontradas evidências febre amarela, a área continua sendo
monitorada.
É nesse cenário de preocupação e ansiedade que os estoques das principais clínicas de vacinação do Recife têm ficado esvaziado. “De uma semana para cá aumentou muito a procura. Só temos umas 90 doses e uma nova previsão de compra só em abril, mas sem previsão de chegada aqui”, comentou o gerente da Cidrim Vacinas, Ludovico Freitas. Ele disse que a procura atual é cerca de 90% maior do que em 2017, quando a nova onda de febre amarela começou no Brasil. Na clínica Vaccine já não há mais doses do imunizante e também não há previsão de reabastecimento. Para o infectologista Filipe Prohaska, o bloqueio vacinal, o controle de focos e o uso de repelentes são as principais armas para combater o avanço da FA no País e, principalmente, evitar a urbanização da doença. “Esse é um processo muito perigoso. Se urbanizar haverá a troca de vetores dos silvestres Haemagogus e Sabethes para o Aedes, que existe em todo canto do Brasil. Se isso acontecer, será difícil obter vacinas para todas as populações”, destacou. (Via: Folha PE)
É nesse cenário de preocupação e ansiedade que os estoques das principais clínicas de vacinação do Recife têm ficado esvaziado. “De uma semana para cá aumentou muito a procura. Só temos umas 90 doses e uma nova previsão de compra só em abril, mas sem previsão de chegada aqui”, comentou o gerente da Cidrim Vacinas, Ludovico Freitas. Ele disse que a procura atual é cerca de 90% maior do que em 2017, quando a nova onda de febre amarela começou no Brasil. Na clínica Vaccine já não há mais doses do imunizante e também não há previsão de reabastecimento. Para o infectologista Filipe Prohaska, o bloqueio vacinal, o controle de focos e o uso de repelentes são as principais armas para combater o avanço da FA no País e, principalmente, evitar a urbanização da doença. “Esse é um processo muito perigoso. Se urbanizar haverá a troca de vetores dos silvestres Haemagogus e Sabethes para o Aedes, que existe em todo canto do Brasil. Se isso acontecer, será difícil obter vacinas para todas as populações”, destacou. (Via: Folha PE)
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