O ex-governador de São Paulo e
ex-presidente do PSDB Alberto Goldman afirmou que a confirmação da condenação
de Luiz Inacio Lula da Silva (PT) evidenciou sua "personalidade
fraca".
"Os votos dos desembargadores foram substanciosos e consistentes, e
não deram margem a dúvidas: Lula usou do seu poder para benefício próprio e
enriquecimento ilícito", disse Goldman.
Lula "mostrou ser um homem de personalidade fraca que, usando as
práticas que um dia combateu, se permitiu entrar no rol daquilo que de pior já
produziu a vida política nacional", concluiu o tucano.
O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), disse que "o Brasil do
bem celebra esse momento histórico".
"A Justiça está se cumprindo. A prisão aguarda em breve Luiz Inacio
Lula da Silva. Essa corajosa decisão da Justiça é um golpe duríssimo no PT e
ajuda a fortalecer a esperança de um país mais justo e sem corrupção",
afirmou Doria.
Para o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio (PSDB), pré-candidato a
presidente da República, "o delito foi comprovado. E o problema, acima do
triplex, é a organização criminosa. Fez-se justiça, como prevê o Estado
democrático de Direito".
"Na Itália, faz tempo, o ex-primeiro ministro Betino Craci foi preso
e exilado. No Brasil, foi a vez do ex-presidente Lula. Que nasça uma nova
nação. Que ninguém paire acima da lei: presidente, governadores, legisladores,
magistrados, cidadãos comuns", afirmou Virgílio.
MAIA: No comando interino do Palácio do Planalto, o presidente da Câmara dos
Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta quarta que quem tem
responsabilidade pública não pode celebrar a manutenção da condenação do
ex-presidente.
Em nota pública, ele lembrou que construiu a sua carreira pública
"combatendo as teses defendidas" pelo petista, mas ressaltou que o
melhor ambiente de disputa política é a campanha eleitoral, na qual "o
veredito é dado pelas urnas".
"Construí minha carreira combatendo, no campo da política, as teses
defendidas pelo ex-presidente e pelo PT. Ainda assim, quem tem responsabilidade
pública, em qualquer nação, não pode estar celebrando o dia de hoje",
disse.
Pré-candidato à sucessão presidencial, Maia observou, contudo, que a
decisão do TRF (Tribunal Regional Federal) da 4ª Região deve ser ouvida e
respeitada.
Segundo ele, o resultado "deixa claro que o Brasil é uma democracia
madura onde as instituições funcionam plenamente".
"Toda e qualquer manifestação em relação à sentença proferida hoje,
em Porto Alegre, deve respeitar a ordem institucional. Tenho certeza que o
Brasil seguirá pacificamente rumo à superação", disse.
A defesa feita por Maia de um veredito nas urnas faz parte de estratégia
para evitar fortalecer o discurso do PT de que Lula foi vitimizado e
perseguido.
Nesse sentido, o presidente Michel Temer determinou à equipe ministerial
que não faça comentários sobre o julgamento. "O governo não falará sobre o
julgamento", ressaltou o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil).
Para evitar essa interpretação, Temer afirmou em entrevista à Folha, na
última quinta-feira (18), que preferia que o petista disputasse a eleição
presidencial e não fosse impedido de se candidatar.
Nos bastidores, no entanto, o presidente acredita que a dúvida sobre a
candidatura do petista, que deve se estender até a véspera da eleição
presidencial, deve quebrar a polarização entre direita e esquerda, apontada
pelas pesquisas de intenções de voto.
O diagnóstico é de que, sem o petista na disputa, o campo da direita deve
perder força e o principal afetado deve ser o deputado federal Jair Bolsonaro
(PSC-RJ).
Nesse caso, a aposta é de que sairão fortalecidas candidaturas de centro,
como as identificadas com a atual administração, como a de Geraldo Alckmin
(PSDB) e a do próprio Maia.
Nesta quarta-feira (24), Lula teve sua condenação confirmada no TRF-4
(Tribunal Regional Federal da 4ª Região).
O revisor Leandro Paulsen, o relator João Pedro Gebran e o juiz federal
Victor Laus votaram por aumentar a pena do petista para 12 anos e um mês de
prisão. Em julho de 2017, o juiz Sergio Moro havia dosado a sentença em 9 anos
e meio.
A defesa de Lula tem dois dias a partir da publicação do acórdão para
apresentar embargos de declaração, que pedem, apenas, esclarecimento da
sentença. Já que a votação foi unânime, não cabem embargos infringentes.
Paulsen disse que o ex-presidente terá mandado de prisão expedido após o
julgamento dos recursos. (Via: Folhapress)
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