A ministra Carmén Lúcia, presidente
do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu mais 30 dias para a conclusão das
investigações sobre o senador Aécio Neves (PSDB-MG)
no inquérito que apura repasses irregulares da Odebrecht à campanha
presidencial de 2014.
Inicialmente, a Procuradoria-Geral da República (PGR) havia
pedido mais 60 dias para concluir a investigação. Na decisão, proferida na
sexta-feira, Cármen Lúcia concedeu
mais 30 dias e afirmou que o objetivo é “evitar dilações processuais
indevidas”. O ministro Edson Fachin é o relator dos processos da Operação Lava Jato no
STF, mas a ministra Cármen Lúcia decidiu pelo prazo de prorrogação por ser a
ministra de plantão no tribunal.
O nome do senador foi citado por ex-executivos da empreiteira Odebrecht,
que afirmam terem repassado vantagens indevidas em 2014 para campanha do
senador à Presidência da República. Em depoimentos de delação premiada, o
ex-presidente da empreiteira Marcelo Odebrecht e outros executivos do grupo
disseram que o senador recebeu propina para atuar favoravelmente aos interesses
da empresa. O objetivo, segundo os delatores, seria obter apoio parlamentar
para a construção das usinas hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, no Rio
Madeira, em Rondônia.
Aécio
prestou depoimento sobre esse inquérito na sede da Polícia Federal em Brasília,
em abril deste ano. Na ocasião, seu advogado Alberto Zacharias Toron disse que
os “próprios delatores” afirmaram nos depoimentos que as contribuições
financeiras feitas pela Odebrecht às campanhas do PSDB “nunca estiveram
vinculadas a qualquer contrapartida”. As investigações contra Aécio Neves foram
autorizadas pelo STF após a abertura de 76 inquéritos no ano passado pelo
ministro Edson Fachin, com base nos depoimentos de colaboração premiada de
ex-executivos da empresa. (Via: Agência Brasil)
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