Com pouco mais de um ano desde que foi
eleito o deputado federal mais votado de Pernambuco, com 460.387 votos, João
Campos (PSB) tem experimentado os sabores e dissabores de tentar seguir o
legado do pai, o ex-governador Eduardo Campos, e do avô, Miguel Arraes.
Estreante na política e, agora, cotado para disputar a Prefeitura do Recife nas
eleições do ano que vem, a atuação parlamentar do socialista vem sendo alvo
constante de ataques. Os mais recentes foram proferidos pelo deputado federal
Kim Kataguiri (DEM-SP), nesta sexta-feira (22). Em entrevista ao programa
Resenha Política, da TV JC, o também estreante na Câmara Federal disse que João
era “despachante de luxo no Palácio do Planalto”.
“Ele
(João) é um cara que entrou com uma expressão nacional e hoje é alguém de pauta
local, que não mais faz parte do debate nacional”, disparou o líder do
Movimento Brasil Livre (MBL).
Kataguiri
veio ao Recife veio ao Recife para o lançamento do seu livro “Como um grupo de
desajustados derrubou a presidente: MBL – A origem”.
Campos
foi criticado por não ter “um debate aprofundado” e se ater a pautas locais.
“Eu não vejo nenhuma marca no mandato dele que justifique ele sendo um deputado
federal”, disse o parlamentar. Segundo o líder do MBL, João faz a ‘velha
política’, como negociação de emendas e reverter recurso na Lei Orçamentária
junto às prefeituras. “Eu vejo muito mais essa questão do que o trabalho de um
deputado federal, que é fazer leis, debater leis, nem que seja para rejeitá-las.
Manipulação de orçamento é uma coisa que qualquer deputado de baixo clero faz”,
criticou.
Ainda
na opinião de Kataguiri, João Campos “não faz mais parte do debate nacional” e
não é lembrado pelos outros parlamentares ou questionado. “Ninguém pede a
opinião dele por causa de uma posição esvaziada e que voltou seus esforços para
repasses do governo Federal para prefeituras. Para mim, não é trabalho de um
parlamentar. É trabalho de um despachante de luxo do Planalto que está aqui
para fazer a intermediação entre o prefeito e o ministério”, concluiu.
João
Campos se posicionou sobre as críticas através de nota. “As críticas infundadas
vêm do deputado Kim, um representante do movimento que ajudou a trazer ao
Brasil uma das fases mais negativas da nossa história, onde direitos sociais
são retirados a cada dia. Quando eu sou criticado por figuras como essa, que só
sabem fazer a política do ódio, sinto que estou no caminho certo. Vou seguir
trabalhando por Pernambuco, debatendo ideias e construindo pontes”, afirmou.
Recentemente,
João recebeu críticas do vereador do Recife Jaime Asfora (sem partido), do
deputado estadual Alberto Feitosa (SD) e do ex-ministro da Educação Mendonça
Filho, que é do mesmo partido do deputado Kim Kataguiri, o DEM.
Durante
evento em homenagem do setor sucroalcooleiro do Estado ao presidente da Câmara
dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), no Recife, no início do mês, Mendonça fez
duas críticas a então proposta de João Campos de instalar uma CPI do óleo na
Câmara, para apurar o vazamento de petróleo que atinge praias do litoral
nordestino. Na ocasião, Mendonça – que também é cotado para disputar a
Prefeitura do Recife – classificou a iniciativa de uma “infantilidade” e
consequência da “inexperiência” parlamentar do socialista.
Ainda
sobre o óleo, Alberto Feitosa chegou a dizer que a CPI era “alarmismo”. Na
época, João considerou que as críticas eram um “equívoco”. Dias depois, Maia
autorizou a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito.
Mais
recentemente, em artigo enviado ao Blog de Jamildo, Jayme Asfora falou dos
motivos para João Campos não ser o próximo prefeito do Recife. O texto,
intitulado “Precisamos falar sobre o Recife. E porque João Campos não deve ser
prefeito”, o vereador inicia falando não ter nada contra o “filho do
ex-governador Eduardo Campos”, mas ressaltou que “o futuro é tudo o que João
pode prometer”, criticando o fato do deputado não ter histórico na
política.
Ainda
no artigo, Asfora atacou o PSB, afirmando que lançar para prefeitura “alguém cuja
única virtude comprovada é sua herança genética” soa como um ato “desesperado”.
As informações são do Jornal do Commercio.
Blog: O Povo com a Notícia