Dois dias após o ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva (PT) discursar para a militância em São Bernardo do Campo, no ABC
Paulista, e reacender a polarização política com o presidente Jair Bolsonaro
(PSL), o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) fez duras críticas ao petista, a quem
chamou de “sem escrúpulo”.
“Lula
é um encantador de serpentes. A presunção dele é que as pessoas são ignorantes
e que pode, usando fetiches, intrigas e a absoluta falta de escrúpulos que o caracteriza,
navegar nisso. O mal que Lula está fazendo ao Brasil é muito grave e extenso”,
afirmou o ex-presidenciável.
Ciro
Gomes falou com jornalistas no final da tarde dessa segunda-feira (11), antes
de fazer uma palestra em na universidade FMU, na capital paulista. O
ex-ministro apoiou Lula pela primeira vez na eleição presidencial de 1989,
quando era prefeito de Fortaleza, no 2° turno da eleição de 2002 em também nas
eleições de 2006, quando foi ministro da Integração Nacional.
Em
2018, porém, o pedetista se afastou definitivamente do ex-presidente e tentou
ser um segunda via da esquerda na campanha.
Em
outro momento da entrevista de hoje, Ciro Gomes disse que tanto Lula quanto
Bolsonaro querem a polarização. “São duas faces da mesma moeda”, afirmou.
Questionado sobre a possibilidade da formação de uma frente ampla de esquerda
para enfrentar Bolsonaro em 2020 e 2022, o ex-ministro descartou de forma
categórica qualquer possibilidade de estar ao lado do PT.
“O
lulopetismo virou uma bola de chumbo amarrando o Brasil ao passado. Ele (Lula)
está fazendo de conta que é candidato e que foi inocentado”, disse Ciro. Em
seguida, afirmou que nunca mais vai andar “com a quadrilha que hegemoniza o PT”.
Sobre
a possibilidade do Congresso Nacional encampar um projeto que restitua a prisão
em segunda instância, o pedetista disse que a Constituição “não é cueca” para
ser trocada pela sujeira do dia a dia. “O artigo 5° da Constituição Federal
repete entre nós um princípio de todo constitucionalismo mundial: a presunção
de inocência até que o trânsito em julgado aconteça. Contra essa cláusula não
pode haver emenda “.
Em
seu discurso em São Bernardo no sábado, Lula mostrou disposição para viajar
pelo Brasil para aglutinar a oposição em torno do seu nome. Em sua fala, disse
que Bolsonaro foi eleito para governar para o povo brasileiro “e não para os
milicianos do Rio”.
O
ex-presidente também atacou o ministro da Economia, Paulo Guedes, o
ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e a Operação Lava Jato.
Com informações do jornal O Estado de S.Paulo.
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