Cinco dias após ser nomeado
Ministro da Educação, Carlos Alberto Decotelli é demitido de uma das mais
importantes pastas federais. O pedido de saída foi acatado pelo presidente
Jair Bolsonaro nesta terça-feira (30) após o ex-ministro entregá-lo uma carta
formalizando o pedido. Decotelli confirmou a saída à Folha.
A imagem de Decotelli está arranhada desde que inconsistências foram
indentificadas em seu currículo, onde ele dizia ter o título de doutor e
ter feito pós-doutourado uma internacional. Ambas as instituições negaram
as informações.
Segundo interlecutores do governo, embora tenha aceitado a saída do
ex-ministro, Bolsonaro está preocupado em quem pode assumir a pasta.
Entenda o
caso
O ministro, que mal chegou a chefiar pasta, está envolto em polêmicas
sobre títulos falsos em seu currículo e plágios acadêmicos.
Na plataforma Lattes do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPQ), por exemplo, Decotelli informou ter pós-doutorado em
Bergische Universitat Wuppertal, na Alemanha. O que foi negado pela própria
universidade. Logo depois, ele atualizou as informações no sistema para
"projeto de pesquisa” submetido à instituição alemã.
O título de doutor na Universidade de Rosário, na Argentina, também é
falso, como confirmou a instituição. Na sexta-feira (26), ela afirmou que o
ministro não recebeu o título de doutor e que apenas cursou as disciplinas e
cumpriu os créditos exigidos, mas sua tese foi reprovada em uma primeira
análise e ele não voltou a submeter o trabalho.
Já na sua tese de mestrado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) há, de
acordo com especialistas, trechos copiados de outros trabalhos, o que pode ser
configurado plágio, quando não é dada a devida referência. O erro foi apontado
pelo professor do Insper, Thomas Conti. Decotelli nega a cópia.
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