O presidente Jair Bolsonaro está convencido
de que o caminho para reverter à queda de sua popularidade passa pelo reforço
da área social. Por isso, determinou à equipe econômica que encontre recursos
para turbinar o Bolsa Família, que passará a se chamar Renda Brasil, numa
tentativa de se desvincular do programa criado pelo governo Lula.
Pelo
que os técnicos já apresentaram ao Palácio do Planalto, o Renda Brasil poderá
chegar aos R$ 70 bilhões por ano, mais do que o dobro pago atualmente pelo
Bolsa Família, de R$ 32 bilhões. Para isso, serão fundidos vários programas,
como o abono salarial, o seguro-defeso, o farmácia popular e a desoneração da
cesta básica.
Segundo
fontes do Planalto, a pressa de Bolsonaro é grande. Ele quer que o Renda Brasil
já esteja em funcionamento, no máximo, em novembro, como forma de dar
continuidade ao auxílio emergencial, que, com mais três parcelas (de R$ 500, R$
400 e R$ 300), vai até outubro.
Bolsa Família da direita
Bolsonaro
foi convencido por sua equipe e por líderes do Centrão de que, mesmo com tanta
notícia ruim para o governo, como a pandemia do novo coronavírus e a prisão de
Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro, a popularidade do
presidente cresceu entre a população de mais baixa renda.
Isso
se deve ao pagamento do auxílio emergencial. No Nordeste, onde o governo ainda
tem a maior rejeição, os beneficiados pelos R$ 600 falam, com entusiasmo, do
“dinheiro do Bolsonaro”. “Então, esse é o caminho para fortalecer o governo, o
Bolsa Família da direita”, diz um integrante do governo.
A
pressa é grande. O governo sabe que toda a reformulação dos programas sociais
tem que passar pelo Congresso. Assim, quanto antes o Renda Brasil estiver
fechado, mais fácil será negociar com o Congresso. O Planalto acredita que o
Centrão será fundamental nesse processo.
Também
ajudará o projeto do governo uma postura mais amena do presidente. Vários
pequenos partidos, como o Pros, que tem três senadores e 12 deputados, já
indicaram ao Planalto que estão dispostos a entrar na base de apoio de
Bolsonaro. As informações são do Correio Braziliense.
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