A Operação Inópia, deflagrada
pela Polícia Civil de Pernambuco nesta quarta-feira (3), investiga um contrato
de R$ 12 milhões firmado pela Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e
Juventude para a distribuição de cestas básicas.
De acordo com a delegada Viviane Santa Cruz, o contrato foi firmado com a
empresa Juntimed Produtos Farmacêuticos e Hospitalares. A linha de investigação
inicial apura a capacidade técnica da empresa para um contrato que previa a
distribuição de 200 mil cestas básicas no estado.
“A empresa não é principalmente de gêneros alimentícios. Quando apuramos,
inclusive, com a própria Polícia Federal, a empresa não teria em seu cadastro
informações de existência de funcionários e não tem nenhum carro registrado.
Então, como uma empresa dessa, que antes era uma gráfica, e se tornou a quatro
meses em farmacêutica, fez contrato com Pernambuco de cesta básica? Foram essas
as suspeitas”, disse Viviane Santa Cruz.
A distribuição das cestas básicas ocorreriam em diversos municípios de
Pernambuco. Segundo a investigação, o custo por cesta básica no contrato
firmado entre o Estado e a empresa ficou em R$ 63,00. A empresa Juntimed tem
outro contrato firmado com a Prefeitura de Olinda, que é objeto de outra
investigação, da Polícia Federal, em que o valor da cesta básica saiu por
unidade ao custo de R$ 40,00.
Segundo a investigação, do total de R$ 12,7 milhões do contrato, cerca de
R$ 8 milhões já foram empenhados. O contrato foi firmado em maio e tem extensão
de 120 dias.
Durante a operação nesta quarta-feira (3), foram cumpridos cinco mandados
de busca e apreensão, na residência dos sócios no Recife, em Brasília e em uma
cidade de Goiás e na sede da empresa, que fica em Paudalho, na Zona da Mata de
Pernambuco. Documentos, celulares, entre outros, foram apreendidos. Uma cesta
básica que estava no local foi apreendida para verificar compatibilidade com o
que previa o contrato com o Governo de Pernambuco.
De acordo com a Polícia Civil, na casa de um dos sócios no Recife foi
apreendida a quantia de R$ 50,6 mil em espécie. O nome dos proprietários da
empresa não foi divulgado.
A empresa já tem um contrato com Olinda, também de cestas básicas, que
está sendo investigado pela Polícia Federal (PF) por contar com recursos
federais. “Há um inquérito e vamos compartilhar as provas com o inquérito já em
curso na Polícia Federal”, explicou Mariana Cavalcanti, delegada Regional de
Combate ao Crime Organizado da PF.
Ainda de acordo com o promotor Sérgio Tenório, do Ministério Público de
Pernambuco (MPPE), a sede da empresa tinha apenas uma fachada com nome escrito
a papel e caneta. A empresa não tem funcionários de carteira assinada
registrados nem veículos próprios para transporte dos fornecimentos. (Via: Blog do Jamildo)
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