Após um farto café da manhã no hall de entrada do templo, no qual pelo menos 60 pastores e líderes evangélicos, aglomerados, se confraternizavam e discutiam a criação de cursos para ensinar os fiéis sobre os ex-premiers britânicos Margaret Thatcher e Winston Churchill, o grupo se dirigiu ao auditório da Igreja Apascentar, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife, para dar início ao primeiro encontro do Fórum Evangélico Nacional de Ação Social e Política (Fenasp) em Pernambuco.
No salão, nada, além do som dos condicionadores de ar, era ouvido. Até que o ex-candidato ao Senado pela REDE, o cantor e pastor Jairinho, hoje no PTC, rompe o silêncio típico de momentos pós-alimentação. Vestido com um paletó e camisa azuis, o religioso subiu ao palco e, enquanto tocava um teclado, saudou os presentes. “Graça e paz, irmãos”, disse o pastor, que luta na Justiça para tentar forçar seu partido a lhe lançar candidato à Prefeitura do Recife. “Hoje será um dia histórico para nosso Estado”, completa Jairinho, que fora respondido por um público majoritariamente masculino com volumosos “amém” e “aleluia”.
O perfil da plateia é completamente diferente dos dados de uma pesquisa do
Instituto Datafolha, de janeiro de 2020, que apontam que a religião evangélica
hoje tem um rosto feminino, negro, que ganha até dois salários mínimos por mês
e tem apenas o ensino médio completo.
Após a participação do cantor, o
presidente do Fenasp em Pernambuco, pastor Marcelo Ramos, tomou a palavra para
explicar a finalidade da organização que comanda. "[O Fenasp] tem o
objetivo de ser um guardião e um atalaia dos nossos princípios. Somos um fórum
de direita que é baseado nos valores judaico-cristãos", declarou ele,
seguido de efusivos aplausos dos presentes.
Neste clima, Ramos anunciou os nomes de dois oradores para “ministrar
sobre a necessidade da Igreja ser ativa politicamente”. Foram os pastores
Divino Teodoro e Pedro Rodrigues, idealizadores do Fenasp. Em seus discursos,
os líderes religiosos fizeram críticas aos partidos de esquerda e ao “ativismo
judicial” do Supremo Tribunal Federal. “A esquerda, nos últimos anos, perdeu
espaço e agora tenta usurpar o poder por meio de um Judiciário que está movido
à ideologia com seu ativismo judicial, não pelas leis”, afirmou o pastor
Divino, indicando a leitura de livros do escritor Olavo de Carvalho.
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