Uma moradora de Arcoverde acusa o delegado Israel Rubis (PP) por abuso de autoridade e o responsabiliza por uma operação policial, realizada em 20 de setembro de 2019, na qual afirma ter sido vítima de violência. Keila de Andrade Sabino fez um relato sobre o caso nas redes sociais, que ganhou repercussão nos últimos dias.
“Por volta das 5h, agentes
bateram na minha porta. Eu me levantei assustada e eles mostraram uma foto da
minha habilitação e falaram que tinham um mandado de busca e apreensão para a
minha residência. Eu estava com um vestido bem transparente e pedi para trocar
de roupa. Eles autorizaram, mas quando fechei a porta do quarto, entraram com
truculência, dizendo ‘licença p**** nenhuma’ e me algemaram. Meus seios ficaram
de fora e eu pedi para me soltarem. Quando eu disse que sabia dos meus
direitos, levei um tapa no rosto”, relatou ao blog.
“Havia uma mulher policial na
operação, mas ela não entrou para lidar com a situação. Fiquei nua na frente de
policiais e algemada no sofá por quase uma hora. Meu pulso já estava inchado.
Não encontraram nada na minha casa e eu pedia para ligar para o meu patrão para
avisar que iria ser conduzida à Delegacia. Trabalho com sex shop e eles faziam
comentários em tom de deboche com produtos que estavam na minha casa. Também
zombaram do meu filho, que é homossexual. Levaram meu celular e não me
entregaram”, prosseguiu Keila.
Ela informa que pediu para
fazer exame de corpo de delito, mas teve a solicitação negada por diversas
vezes na Delegacia de Arcoverde até conseguir. Além disso, procurou a
Corregedoria de Polícia e o Ministério Público de Pernambuco, mas não obteve
retorno até o momento. Sobre Rubis, declarou: “Ele passou por cima das ordens
do comandante porque não podia ter chamado policiais do Recife para participar
dessa operação.”
Ainda de acordo com ela, a
cunhada, Aline Lucena Silva, foi intimidada pelo delegado Rubis por suspeita de
gtráfico de drogas e espancada por policiais. “Ela estava em casa e relatou a
ameaça feita pelo delegado Rubis, que foi pessoalmente lá. Ele entrou cheio de
gracinha, chamando palavrões e a arrastou pelos cabelos, perguntando quem
fornecia drogas. Rubis colocou uma sacola plástica na cabeça dela,
impedindo a respiração. Ele repetiu o procedimento por várias vezes, viu que
não tinha resposta e parou”, declarou.
“Tinha uma policial e o
delegado pediu para que procurasse drogas nas partes íntimas da minha cunhada.
Isso foi feito diante dos policiais homens. Foi tamanha humilhação. Viram que
não tinha nada e falaram que a levariam para o hospital. O próprio delegado fez
ameaças, dizendo que se abrisse a boca, mataria os parentes dela, que ficou muito
assustada e não falou nada”, continuou a relatar. "Tortura é certo? A
gente não pode chegar na casa dos outros como se fosse a pior pessoa do mundo.
Que risco minha cunhada oferecia ao senhor? Doutor Israel, que risco eu
ofereço para a população? Tudo que eu tenho foi do meu suor", desabafou em
vídeo.
Keila diz que ainda não teve
ciência do exame de corpo de delito a que se submeteu nem foi ouvida pela
Promotoria. Israel Rubis chegou a fazer um comentário numa publicação sobre o
caso no Facebook: “Keila Andrade, esteja à vontade, querida! Procure saber no
Ministério Público e na Delegacia porque sua denúncia não prosperou, creio que
o promotor vai te explicar, e mostrar o que foi produzido, demonstrando que eu
(nem) sequer estive na sua casa, e sua denúncia foi absolutamente fantasiosa!
Abraços.”
Israel Rubis disputa a Prefeitura de Arcoverde como vice na chapa
encabeçada pelo empresário Wellington Maciel (MDB). A reportagem procurou o
delegado para que se pronunciasse sobre as acusações, mas não obteve retorno. (Via: Blog do Magno)
Blog: O Povo com a Notícia