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quarta-feira, 21 de abril de 2021

Portugal tem maior número de brasileiros presos na Europa. Total mundial sobe 39%

Dados do Ministério das Relações Exteriores obtidos pelo Portugal Giro revelam: o número de brasileiros presos e detidos no exterior até o fim de 2019 – ano mais recente – subiu 39,2%. O total, segundo o Itamaraty, é de 4.982. Em 2018 eram 3.579.

Na Europa, são 1.616 (+10% em relação a 2018) e a maior quantidade está em Portugal: 524. Em dezembro de 2014, eram 285, um aumento de 83%.

Tráfico e porte de drogas são os motivos principais no geral (1.042 / 49,17%). Em Portugal, no primeiro semestre, 400 kg de cocaína foram apreendidos dentro de um contêiner vindo do Brasil. Em outubro, 170 kg da droga estavam escondidas em um jatinho. Já em fevereiro deste ano, outro jatinho rumo a Portugal foi apreendido em Salvador.

O sociólogo Antonio Pedro Dores, autor de livros sobre as prisões e a população carcerária de Portugal, diz que o perfil brasileiro é diverso.

– Fiz entrevistas com presos brasileiros e lembro de um homem que roubava bancos, tentou sair do mundo do crime do Brasil e acabou cumprindo pena em Portugal. Também lembro de mulheres que usaram a imigração para sair dos problemas familiares do Brasil, disse Dores.

O sociólogo relatou as condições das prisões portuguesas:

Existem critérios internacionais que, às vezes, não são respeitados. Há sobrelotação e pessoas que são colocadas em condições de fragilidade cotidiana. Existe um problema crônico de excesso de mortes, duas vezes mais que a média europeia.

Logo em seguida a Portugal, entre os países com mais presos brasileiros na Europa, estão a Espanha (414), Itália (125), França (97), Reino Unido (88) e Alemanha (66).

Há 1.113 brasileiros presos em cumprimento de pena no continente. Outros 384 detidos estão à espera de julgamento e 119 foram detidos nos postos de imigração.

Existem presos e detidos brasileiros em 78 países. A América do Norte, com 1.671 (33,5% do total, aumento de 183,70% em relação a 2018), supera por pouco a Europa. A maior parte está nos Estados Unidos, com 1.662.

Na América do Sul estão 1.099 (22% do total, aumento de 9,4% em relação a 2018), sendo 444 no Paraguai, 127 na Bolívia, 133 no Uruguai e 88 na Argentina, entre outros.

Homens, 2.813 (56,07%) são maioria, seguidos por mulheres 845 (16,83%) e transexuais 53 (1,05%). Não houve confirmação de gênero em 1.271 dos casos (25,5%). Maiores de 18 anos representam 77,93%.

Sobre o universo de 2.118 presos  (42,5%), a maioria cumprirá penas de 4 a 6 anos. Cerca de 120 foram condenados a mais de 20 anos, 29 a prisão perpétua com direito a condicional e 9 sem condicional.

Segundo o Itamaraty, não há brasileiros sob pena de morte. Há 1.178 detidos criminais aguardando julgamento, (23,6%) e 1.686 em processo de deportação (33,8%).

Blog: O Povo com a Notícia