Uma operação da Polícia Civil deflagrada nesta quinta-feira (14) resultou no cumprimento de 25 mandados de prisão e de 26 mandados de busca e apreensão. Entre os presos, estão integrantes de quadrilhas envolvidas com lavagem de dinheiro, tráfico de drogas, roubo de cargas, sequestro e negociações ilícitas de armas de fogo e munições.
Os mandados foram expedidos pela 12ª
Vara Criminal da Comarca do Recife. Ao todo, participaram da Operação Áquila 140
policiais civis em Pernambuco, na Região Metropolitana do Recife e no interior,
e nos estados do Acre, de Rondônia, do Pará, do Mato Grosso do Sul, de São Paulo e do Tocantins. As investigações tiveram início no dia 13 de
maio de 2020.
Em Pernambuco, foram investigadas
duas quadrilhas que atuavam com a função de intermediários, fazendo a ligação
entre integrantes de facções criminosas e empresas com sede em outros estados
brasileiros para a prática do tráfico de drogas e da lavagem de dinheiro.
“Nós começamos a investigar há
cerca de um ano e cinco meses. Foi direcionada a duas facções que se
comunicavam para repassar drogas uma para a outra: quando uma faltasse, a outra
tivesse o material ilícito”, afirmou o delegado Ivaldo Pereira, titular do
Grupo de Operações Especiais (GOE).
Segundo a
polícia, esses grupos criminosos enviavam dinheiro para contas na Região Norte,
mais precisamente na fronteira brasileira, no estado do Acre, com a Bolívia. Essas quadrilhas, comandadas por dois homens que
residem em Pernambuco, atuavam em outros estados através da esposa e da cunhada
de um deles.
Essas duas
mulheres realizavam transações bancárias com a quadrilha localizada no
município de Brasileia, no Acre, para obter drogas como maconha e cocaína.
Esses entorpecentes eram adquiridos por meio de empresas sediadas em Porto Velho, Corumbá (MS), Humaitá (AM).
Além disso, havia lavagem de
dinheiro através da compra de imóveis, cavalos, suínos e bovinos. As transações
financeiras feitas por essas quadrilhas eram realizadas através de contas
bancárias de parentes dos criminosos e de “laranjas”, termo utilizado para se
referir a alguém que "empresta" o nome para ocultar a origem ou o
destinatário de dinheiro ilícito.
Durante as
investigações, a polícia descobriu que uma empresa sediada em Palmas,
investigada por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, recebeu depósitos de
dinheiro enviado por criminosos envolvidos com o tráfico de drogas em
Pernambuco, na Paraíba e em outros estados.
“Essa empresa
no Tocantins era a grande responsável por receber o dinheiro da facção
pernambucana e adquirir a droga junto a empresas do norte do país. Essa empresa
não existe e, em dois anos, movimentou R$ 40 milhões, recebendo dinheiro de
traficantes, de presidiários envolvidos com tráfico, de familiares de
traficantes. Ela pegava esse dinheiro e adquiria drogas junto a empresas do norte
do país, aproveitando-se da fronteira do Brasil com países como Bolívia, Peru, Colômbia, de onde é proveniente a grande maioria da
produção de cocaína. Essa droga voltava para Pernambuco, principalmente pela
rota Solimões, que vem do norte e atravessa o estado”, disse o delegado.
A Polícia
Civil informou que, entre as apreensões realizadas durante a Operação Áquila,
estão 8,5 quilos de maconha prensada, encontrados em uma casa em Olinda, e 459 gramas de maconha, que estavam em uma
residência em Goiana, na Zona da Mata de Pernambuco. Também foram
apreendidos uma espingarda, munições e dinheiro em espécie, mas o valor não foi
informado.
“São várias
apreensões com o intuito de descapitalizar uma facção criminosa com núcleos
localizados em várias partes do país que movimentou, em dois anos, R$ 65
milhões com o tráfico de drogas”, contou o delegado. (Via: G1 PE)
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