Na busca de um plano alternativo à PEC dos Precatórios para viabilizar o pagamento e ampliação do Auxílio-Brasil, programa para substituir o Bolsa-Família, o presidente Jair Bolsonaro voltou a admitir preocupação com a dificuldade para aprovação da proposta que daria uma folga de R$ 90 bilhões no Orçamento de 2022.
"(A não aprovação da PEC até agora) é lógico que preocupa, o ano está acabando. Os precatórios chegaram a R$ 90 bilhões e consomem todos os recursos nossos. Se pagar essas dívidas os ministérios ficarão sem recursos em 2022", ponderou.
O chefe do Executivo lembrou a experiência como militar e disse que está sempre preparado para ter um plano B, como é no caso do Auxílio-Brasil.
"Sou paraquedista, sempre tenho um paraquedas comigo, mas com muita responsabilidade", afirmou em entrevista em frente à embaixada brasileira em Roma, na Itália, onde cumpre agenda internacional.
O Ministério da Cidadania confirmou que em novembro o reajuste no Bolsa Família será somente para R$ 240, e o governo depende da aprovação da PEC para conseguir pagar o valor prometido a partir de dezembro.
Se não atendermos 17 milhões de pessoas pobres, o que pode acontecer? [...] Quando falamos em dobrar o valor do Bolsa Família, dizem que vamos furar o teto de gastos. No ano passado foram R$ 700 bilhões além do teto. Esse ano, com a questão dos precatórios, não furaremos o teto. É muita responsabilidade da equipe econômica conosco", afirmou.
Bolsonaro ainda se queixou da reação do mercado sobre a possibilidade de furar o teto de gastos e disse que é preciso ter a compreensão de que todos vão "se dar mal", caso o Brasil não melhore.
"O mercado tem que entender que se o Brasil for mal eles vão se dar mal também. Estamos no mesmo time, o mercado toda vez nervosinho atrapalha em tudo o Brasil", resumiu.
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