O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou nesta sexta-feira (08) o plano de vacinação contra a Covid-19 para o próximo ano. A campanha prevê mais duas doses a idosos e mais uma para pessoas com até 59 anos. Os imunizantes serão aplicados 6 meses depois da injeção anterior.
O Ministério da Saúde afirmou que disponibilizará 354 milhões
de doses no próximo ano. Dessas, 134 milhões são doses compradas em 2021 e
remanejadas para 2022.
Serão adquiridas mais 120 milhões de doses da AstraZeneca e
100 milhões da Pfizer. O custo é estimado em R$ 11 bilhões.
As doses da Covax não são consideradas no plano de 2022 do
ministério. “A Covax tem tido muita dificuldade de entregar vacina“, afirmou
Queiroga.
CORONAVAC
DE FORA
O Ministério da Saúde confirmou nesta 6ª feira que a
CoronaVac não está nos planos da pasta para 2022. Queiroga afirmou que a pasta
prioriza vacinas com registro definitivo na Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa).
“Se outra vacina, como a CoronaVac, lograr o registro, pode
ser incorporada“, disse o ministro.
A pasta informou na quinta-feira (07) que não compraria a
vacina desenvolvida no Brasil pelo Butantan em 2022. Afirma que o imunizante só
foi autorizado para uso emergencial pela Anvisa e pela Organização Mundial da
Saúde.
Dentre os imunizantes contra a covid-19 administrados no
Brasil, CoronaVac e Janssen só tem o registro emergencial. AstraZeneca e
Pfizer já conseguiram o registro definitivo. A Pfizer ainda pediu à Anvisa
que inclua a necessidade de uma dose de reforço na bula do imunizante.
O ministério ainda declarou que o imunizante, desenvolvido no
Brasil pelo Instituto Butantan, tem “baixa efetividade entre idosos acima de 80
anos”.
Um estudo preliminar com pessoas acima de 70 anos mostra
que a CoronaVac tem efetividade média de 42% para esse grupo depois de 40 dias
da 2ª dose. O valor é menor que os 51% de eficácia encontrado nos estudos
clínicos realizados pelo Instituto Butantan no Brasil.
A eficácia foi ainda menor entre os que têm mais de 80 anos,
28% depois da aplicação da 2ª dose. Entre os que têm de 75 a 79 anos, ela foi
de 49%. Já para o grupo de 70 a 74 anos, a eficácia foi de 62% depois da 2ª
dose – índice superior ao do estudo divulgado pelo Butantan.
Queiroga informou que o governo só vai assinar novo
contrato com o Butantan para compra da CoronaVac se a vacina conseguir o
registro definitivo junto à Anvisa.
“A Anvisa concedendo o registro definitivo, o Ministério da
Saúde considera essa ou qualquer outra vacina para fazer parte do
PNI [Programa Nacional de Imunização]”, disse ele.
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