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domingo, 3 de outubro de 2021

‘Se ela não tivesse se pendurado no capô, nada disso teria acontecido’, diz motorista que atropelou manifestante no Recife

“Se ela não tivesse se pendurado no capô, nada disso teria acontecido” e “Se eu tivesse parado para socorrer, seria espancado, pelo calor da situação”. Essas declarações são do administrador Luciano Matias Soares, de 38 anos. Ele dirigia o carro que furou um bloqueio feito por manifestantes e atropelou uma advogada após um protesto pacífico contra Bolsonaro (sem partido), neste sábado (02), no Recife.

O relato de Luciano diverge do que disseram pessoas que viram o atropelamento. Acompanhado do advogado Sérgio Gonçalves, o motorista afirmou que o medo fez com que ele apertasse o acelerador do veículo, levando a advogada no capô do carro por metros até cair depois da estação de BRT Maurício de Nassau, na Avenida Martins de Barros, no bairro de Santo Antônio.

O administrador contou que veio pela Cais de Santa Rita e seguia no sentido Palácio do Campo das Princesas, sede do governo estadual, quando se deparou com o protesto, perto da Ponte Maurício de Nassau. Ele afirmou que algumas pessoas ficaram na frente do carro.

“Se eu tivesse vindo na velocidade, eu não tinha apenas atropelado ela, teria atropelado várias pessoas. Só passei por ela porque ela se pendurou no meu carro. Começaram a dar um monte de pancada no carro, […] então fiquei com medo. Me senti ali agredido. Fiquei com medo de ficar e acontecer uma coisa pior”, disse Luciano.

Ainda de acordo com o motorista, uma moto e outro carro furaram o bloqueio feito por manifestantes, mas quando ele foi passar, a advogada apareceu, batendo no capô do veículo dele.

“Quando olhei do lado tinham umas pessoas que começaram a me agredir. Nessa agressão, meu carro é automático, eu acelero. Ando um espaço com ela pendurada no meu carro. Eu freio. Ela cai. Quando ela caiu, eu fui embora e, quando olhei pelo retrovisor, estava todo mundo atrás de mim”, afirmou.

Luciano negou que o atropelamento tenha sido proposital e disse que o ocorrido não teve nenhuma ligação com política. “Sou administrador e não tenho nada a ver com bandeira política. […] Estou solidário. Desde a hora do acontecimento, estou tremendo por dentro, preocupado com a pessoa que sofreu o acidente”, disse.

Questionado se não teve medo que a advogada se machucasse ao acelerar o carro, ele afirmou que sim. “Tive medo e tive medo também que eu me machucasse. […] Naquele momento, eu vou ser bem sincero, eu não sei nem a reação que eu tive. Só sei que ela caiu. Eu só vi todo mundo vindo e eu não pude parar para socorrer”, contou. (Matéria relacionada, clique aqui) (Via: G1)

Blog: O Povo com a Notícia