Mais uma vez (e em meio a aberturas de novos leitos da rede estadual e reforma de grandes serviços públicos de saúde), o Hospital da Restauração (HR) desponta com piora da superlotação. Imagens do fim da tarde e início da noite desta segunda-feira (11), mostradas por profissionais de saúde do HR denunciam corredores cheios e macas com pacientes pelo chão. As fotos que aparecem nesta matéria foram desfocadas para preservar a identidade dos pacientes e profissionais do hospital.
As cenas mais emblemáticas são as de falta de leitos, que mostram a situação caótica do HR, localizado no Derby, área central do Recife. O cenário da maior emergência pública do Norte e Nordeste do Brasil revela que, mesmo com abertura de novas vagas em hospitais pelo governo do Estado e leitos de retaguarda, a gestão atual não consegue desafogar o HR.
“Está péssimo agora (início da noite). Há áreas onde não conseguimos nem andar de tantas macas pelo chão. Os plantões também estão com escala reduzida. O quadro de superlotação toma conta das emergências cirúrgica e clínica, áreas vermelhas (unidade de trauma) e laranja”, disse um profissional de saúde, que trabalha no HR.
Também em reserva, um outro funcionário contou que, em mais de 15 anos trabalhando no HR, passou pelo pior plantão na última semana. “Vi crianças deitadas pelo chão. É surreal!”.
Na noite desta segunda-feira, há 70 macas extras pelos corredores na área vermelha, que comporta 20 leitos. Já na área laranja, são 73 macas extras, e o espaço comporta 43 leitos. Ou seja, somando as duas áreas, há pelo menos 80 pacientes que não estão devidamente acomodados para receber assistência digna e adequada.
Diante do cenário caótico, houve famílias que precisaram comprar colchão para oferecer o mínimo ao parente que exige um cuidado especializado.
O operador de caixa Augusto Cesar Silva conta que o primo tem nanismo e está no HR há uma semana. “Ele chegou com um problema na coluna. Passaram uma tomografia, que nada mostrou. Ele, então, fez uma ressonância. Aguardamos até agora o resultado. Hoje ele está deitado numa maca, sem conforto algum. Precisei, então, ir hoje ao Centro do Recife comprar um colchão para ele. Está uma calamidade; uma vergonha”, relata. (Via: Jc)
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