A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) e o parlamentar Pastor Sargento Isidório (Avante-BA) protagonizaram um bate-boca durante a Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara dos Deputados, que vota nesta terça-feira (19) o relatório do projeto de lei (PL) que veta o casamento entre pessoas do mesmo gênero.
Na ocasião, o deputado baiano foi acusado de transfobia. Tudo teve início com uma fala do Pastor Isidório. “Homem nasce como homem, com 'binga', portanto, com pinto, com pênis. Mulher nasce com sua 'cocota', portanto, sua vagina. Mesmo com direito à fantasia, homem, mesmo cortando a 'binga', não vai ser mulher. Mulher tapando a 'cocota', se for possível, não será homem. Todo mundo sabe”, disse.
Em seguida, Erika solicita: “Presidente, pela ordem. Pela ordem, presidente”. Isso, na tentativa de frear as falas do Pastor Isidório. Mas ele continuou: “Respeitando o direito fantasioso de qualquer homem ou mulher querer fazer o que quiser com seu corpo, precisamos também do respeito à nossa fé”.
“Nós somos povo religioso, sejamos católicos ou evangélicos, nós cremos em um Deus que tem uma palavra, nós respeitamos essa palavra, então Deus criou naturalmente homem e a mulher, que é igual a filhos. Não adianta, pode botar dois homens numa ilha, duas mulheres na próxima ilha, que você, chegando lá, vai encontrar a mesma coisa”, prosseguiu.
Ele completou: “Coloque um homem e uma mulher em uma ilha separada, que ao chegar vai encontrar a procriação, vai encontrar a família. Homem com homem não procria, mulher com mulher não procria, essa é a nossa construção. Nós não temos nada contra os direitos”.
Logo depois, a deputada Erika Hilton pediu para o presidente da Comissão, Fernando Rodolfo (PL-PE), interromper o que ela chamou de “delírio” de Isidório. “Transfobia é crime”, diz outra pessoa.
Na ocasião, Erika também chama de absurdo a fala do Pastor Sargento Isidório, que responde: "A bíblia não é um absurdo, meu amigo". O parlamentar repete a frase três vezes. A deputada fica visivelmente incomodada, assim como outras mulheres presentes, com o fato de o deputado usar o pronome masculino para se referir a ela.
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