O PT tem uma carta na manga para solicitar a cassação do senador Sergio Moro (UB). A sigla teria encontrado um novo elemento para que o ex-juiz perca a sua cadeira no Senado.
De acordo com o jornal Estado de São Paulo, o partido deve usar uma lista de voos fretados usados por Moro durante a campanha eleitoral de 2022 para reforçar a tese de que o ex-juiz usou, de forma irregular, gastos eleitorais e realizou a prática de caixa 2 durante o período de campanha. A relação de voos foi anexada ao processo que tramita no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR).
Notas fiscais apresentadas pelo partido mostram que Moro foi beneficiado com R$ 625 mil de recursos públicos.
Segundo o advogado Luiz Eduardo Peccinin, que representa o PT, Moro já havia anunciado a sua pré-candidatura quando os gastos com os voos fretados foram feitos pelo União Brasil e, por isso, deveriam ter sido declarados na prestação de contas do senador.
“O União Brasil informou que, além deste táxi aéreo em favor do Sérgio Moro, não fizeram mais nenhuma despesa. Ainda aguardamos o diretório nacional, afinal de contas, Moro teve um conjunto muito grande de despesas. Além das viagens, ele teve eventos, inclusive o lançamento da candidatura dele, que o União Brasil do Paraná diz que não foi custeado por eles”, disse o advogado ao Estadão.
Conforme a relação, Moro foi favorecido por pelo menos R$ 625 mil, para custear 22 trechos de voos. A relação detalha ainda as rotas percorridas pelos voos, lista de passageiros e data dos deslocamentos. O gasto ocorreu entre julho e parte de agosto do ano passado. Na prestação de contas de Moro, o valor declarado é de R$ 425,8 mil, para o mesmo período. Esse é o ponto que vem sendo questionado pelo PT.
Segundo a defesa de Moro, o senador vai se pronunciar nos autos e que os valores de voos fretados anexados pelo União Brasil ao processo foram gastos com ”lideranças partidárias e vários candidatos, dentre eles, o Moro”.
O PT defende que o ex-juiz federal usou a estrutura e a exposição de uma pré-campanha presidencial para, em seguida, mudar para a disputa efetiva ao Senado “carregando consigo todas as vantagens e benefícios acumulados indevidamente”.
De acordo com o pedido petista, há indícios de que Moro usou recursos do fundo partidário e do fundo especial para “construção e projeção de sua imagem enquanto pré-candidato a um cargo eletivo no pleito de 2022, independentemente do cargo em disputa”.
Acompanhe o Blog O Povo com a Notícia também nas redes sociais, através do Instagram clique aqui.