Uma professora pernambucana foi uma das duas pessoas que obtiveram a nota máxima na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2023 em Pernambuco. Lílian Carvalho contou que esta foi a segunda vez que conseguiu a nota 1000 e afirmou, também, que criou um método para conseguir o resultado.
LÍlian Carvalho, de 30 anos, é professora de redação e de linguagens. Ela contou que, no ano passado, decidiu fazer o Enem para testar um método que ela mesma criou e que ensina para alunos que se preparam para o exame.
"Eu decidi testar meu método, aí veio o 1.000. O nome do método é ‘redação autoexplicativa’. É baseado na ideia de que o aluno precisa fazer uma redação como se estivesse escrevendo para alguém que não sabe nada sobre aquele assunto. A redação se explica por si só, e, por isso, fica tão clara", afirmou a professora.
No Brasil, 60 pessoas obtiveram a nota mil. Dessas, duas são pernambucanas e apenas quatro são de estudantes de escolas públicas. O tema da redação foi "Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil".
Lílian Carvalho é recifense, mas mora em Carpina, na Zona da Mata Norte de Pernambuco, desde o início da pandemia, quando as aulas que dava passaram a ser ministradas pela internet.
Ela contou que, em 2011, quando cursava o primeiro período da faculdade, se tornou monitora e, depois, professora de redação.
Ao longo dos anos, segundo ela, o método foi sendo desenvolvido. Ela contou que não existe fórmula para uma redação bem escrita, mas é preciso seguir uma estrutura.
"Não gosto da ideia de fórmula, porque cada aluno vai escrever com base na própria realidade. Também não dou argumentos prontos para meus alunos. O que eu defendo é que, para ser bem avaliado, é preciso seguir uma estrutura, com introdução, desenvolvimento e conclusão", explicou.
A professora também conta que, apesar dos bons resultados, é crítica da forma como as redações do Enem são avaliadas.
"Não sou a favor da forma de avaliação e acho que temos que problematizar o fato de que, numa prova aplicada nacionalmente, somente 60 pessoas consigam tirar a nota máxima. Pior ainda quando vemos que somente quatro estudantes de escolas públicas obtiveram esse resultado. A avaliação é muito deficiente", afirmou. (Via: G1 PE)
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