Apesar de Deolane Bezerra ser um dos principais alvos da 'Operação Integration', contra lavagem de dinheiro por meio de casas de apostas, foram movimentações financeiras de seus familiares que chamaram atenção da polícia. Conforme inquérito, que teve informações divulgadas pelo jornal Extra, a mãe Solange, a irmã Dayanne e o filho de 17 anos movimentaram quase R$ 8 milhões em suas contas.
As movimentações na grande maioria foram através de pix, o que totalizou 1.180 transações desse tipo, tudo isso em menos de seis meses, o que ligou o alerta dos bancos, que decidiram encerrar algumas das contas. O montante milionário chamou atenção também da Polícia Civil de Pernambuco, que iniciou as investigações sobre os integrantes da família.
De acordo com o documento da Justiça, Solange Bezerra, que também acabou sendo presa com a filha, movimentou R$ 478.973,61, entre 1/12/2022 a 21/01/2023, mesmo tendo renda presumida de R$ 10.004,37. Parte das transações foram com a Pay Brokers Cobrança e Serviço, uma das empresas investigadas na operação, além de outras empresas ligadas às casas de apostas que são alvos da polícia.
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As movimentações financeiras foram ainda maiores na conta do filho de Deolane, de apenas 17 anos, com renda de pouco mais de R$ 2 mil. Conforme as investigações, entre 01/12/2022 até 31/05/2023, foi mais de R$ 1,3 milhão movimentado, sendo 99% transferências via Pix. "A renda mensal de R$ 2.033,29, não ampara a movimentação, visto que a conta acolheu o montante a crédito no valor de R$ 1.393.959,84 no período analisado", diz o inquérito.
Mas, o estopim para polícia foi uma atitude suspeita de Dayanne Bezerra, irmã de Deolane, que em novembro do ano passado tentou sacar R$ 2 milhões, em espécie, para comprar um imóvel em São Paulo. A movimentação foi considerada incompatível com a renda de R$ 21 mil mensais de Dayanne — ela tem apenas 1% de participação na Bezerra Publicidade, que tem Deolane como sócia majoritária.
As análises policiais ainda constataram que entre 01/04/2023 a 30/09/2023, a conta de Dayanne recebeu a crédito o valor de R$6.155.188,24, sendo 93% em 737 transferências via Pix. "Movimentação de recursos incompatível com o patrimônio, a atividade econômica ou a ocupação profissional e a capacidade financeira do cliente", apontou a investigação.