O bloqueio do X no Brasil completou um mês nesta segunda-feira (30) e a galera que produz conteúdo adulto tá sentindo o baque. Sem a plataforma, que é a boa pra divulgar pornografia, as modelos do OnlyFans e Privacy já estão percebendo uma queda forte nos ganhos. As informações são do portal Splash Uol.
"Não estava estruturado para o fim do X e tinha investido alto. Fiquei sem chão", desabafa Karol Kiméshi, que contava com 200 mil seguidores no X.
A falta do X (o antigo Twitter) tá complicando a vida das atrizes na hora de divulgar os materiais. Antes, com hashtags e marcações, elas viralizavam com fotos e vídeos das produções, ganhando novos seguidores e aumentando os lucros.
“Em termos de ranking do OnlyFans, saí do 1,7% mundial para 2,9%. Isso representa uma queda pela metade”, lamenta Beatriz Miuky, que tinha 580 mil seguidores no X.
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"Prejuízo de até R$ 100 mil"
Beatriz, 28 anos, tá há quatro anos no mercado e sempre faturou bem com vendas de fotos e vídeos, chegando a R$ 150 mil por mês. Ela usava o Instagram e contava com seus 580 mil curtidores no X para divulgar o conteúdo.
"Em valores, isso representa um prejuízo de até R$ 100 mil, ainda não consegui mensurar com exatidão. Meu público gringo sempre representou mais de 70%. Sem as campanhas no X, não consigo mais atingir esse público com redes sociais brasileiras que têm censura mais rígida", conta Beatriz.
Ela diz que, até o momento, o prejuízo é de 50%, mas pode aumentar até o fim do ano, quando os planos dos assinantes expirarem. Para tentar driblar a situação, ela tá de olho na nova plataforma BlueSky, que registrou 10 milhões de novos usuários desde o bloqueio do X. "Os criadores estão migrando pra lá, mas tudo que é novo é mais complicado. Vou investir nessa rede social, que não tem censura tão rígida", explica.
"Estou tendo prejuízo"
Luiza Marcato, 26, também tá passando por um momento difícil. Com um lucro médio de R$ 200 mil mensais, ela ficou sem poder divulgar conteúdo em três perfis que tinha no X: uma conta com 115 mil e duas com 110 mil fãs, focadas no exterior.
"Meu público no OnlyFans é gringo. O bloqueio me prejudicou bastante, mas não tanto como se fosse há um ano. Creio que tô perdendo uns R$ 80 mil, cerca de 40% a menos. Sem o X, deixei de divulgar minhas colabs que gravei fora do Brasil", lamenta Luiza. Para contornar a situação, ela começou a usar uma VPN. "Troco a VPN em aplicativos pra continuar divulgando meu material pra fora do Brasil."
"Fiquei sem chão"
Karol Kiméshi, 28, também tá sofrendo com o bloqueio. "Afetou em 50% meu faturamento, algo em torno de R$ 30 mil a menos. Tinha investido alto em campanhas no X, principalmente pra alcançar o público gringo. O estrago foi grande e o fim dos meus planos no exterior. É certo dizer que nós, criadores +18, estamos em crise."
Karol pausou os planos de expandir a divulgação pro exterior. "Com o fim do X, tive que abortar esse projeto e deixei de faturar algo como R$ 50 mil por mês", explica. A solução dela foi investir mais no Telegram e Privacy, mesmo que os resultados não sejam os mesmos. "No fim das contas, ainda tô com prejuízo de R$ 24 mil."
"Perdi toda essa base"
Cris Galêra, 34, que tá há quatro anos na produção de conteúdo adulto, também tá no mesmo barco. Com o bloqueio, ela não consegue mais divulgar os materiais pros seus 100 mil fãs do X. "Usava o X pra divulgar prévias dos conteúdos, que são vídeos curtos, pra chamar a atenção dos seguidores. Perdendo essa base, sinto que minha receita caiu entre 30% e 40%", conta.
Cris tá aumentando o investimento em Instagram e TikTok, mas a liberdade de divulgação é bem menor. "Tenho que ser criativa pra sensualizar sem mostrar demais. No Snapchat, a comunicação é um pouco mais liberal", revela.
‘Perdi na média de R$ 42 mil’
Kerolay Chaves, 23, com três anos de carreira, também sentiu a diferença. "Perdi, na média, R$ 42 mil nesse mês de vendas sem o X. A estratégia agora é aumentar as postagens e campanhas nas outras plataformas pra equilibrar", explica.
Situação do X no Brasil
O X (antigo Twitter) apresentou uma petição ao Supremo Tribunal Federal dizendo que já entregou todos os documentos exigidos pelo ministro Alexandre de Moraes. Agora, a rede social tá aguardando uma análise pra saber se volta ao ar ou se vai ter que cumprir novas medidas. A decisão deve ser avaliada em breve, mas o ministro não tá com pressa e tá esperando documentos de órgãos públicos sobre a regularidade da empresa no Brasil.