Após paralisações, greves, desacordos e um processo de arbitragem, foi rescindido o contrato entre a Construtora Norberto Odebrecht (CNO) e a Transnordestina Logística SA (TLSA), empresa da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) responsável pela construção da ferrovia Transnordestina. Confirmado o rompimento, a TLSA já está consultando outras empreiteiras interessadas em dar andamento à estrada de ferro, mas aguarda a oficialização de um novo rearranjo e ajuste no valor do projeto, cujo valor da obra já passa a R$ 7,5 bilhões.
A CSN se comprometeu com o governo federal a retomar as obras em um prazo de 90 dias e a aproveitar parte dos pouco mais de 3 mil operários que estavam trabalhando na ferrovia. Já a Odebrecht, segundo uma pessoa que acompanha o “divórcio”, considera a possibilidade de concluir algumas obras que estão em fase de acabamento.
Segundo Edivan Feitosa da Silva, diretor do Sindicato da Construção Pesada do Piauí, a TLSA não pagou, por exemplo, a Construtora ABC, da Paraíba, subcontratada para tocar as obras da ferrovia em Paulistana (PI). Isso motivou a greve ocorrida no canteiro em dezembro do ano passado. Um mês antes, quase metade dos operários mobilizados em Pernambuco e no Ceará cruzaram os braços, desta vez por desacordo com a Odebrecht.
A assessoria de imprensa da Odebrecht informou que a empresa não iria se pronunciar sobre o contrato, mesma posição adotada pela CSN. O Ministério dos Transportes, também via assessoria, alegou não ter sido oficialmente informado sobre a rescisão.
Projetada para ligar os portos de Suape (PE) e do Pecém (CE) ao município de Eliseu Martins (PI), a ferrovia de 1.728 quilômetros já tem acordos para escoamento de minério, mas não há prazo certo para que fique pronta. A rescisão do contrato deve adiar ainda mais sua inauguração, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva desejava protagonizar, em 2010. No atual mandato, a presidente Dilma Rousseff não tem a menor chance. Se for reeleita em 2014, talvez consiga. Com informações Jornal Folha do São Francisco.
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