A escassez de água não é novidade no planeta, assim como as previsões de que num futuro (não tão) distante ela será o motivo de guerras. O bem mais precioso do planeta nunca esteve tão em pauta. Seja pela falta, pelas alternativas de reuso, as secas prolongadas, cheias em outras áreas. Com um assunto tão rico, não será surpresa que seja tema do Enem, que será aplicado em 8 e 9 de novembro.
Para o professor de geografia do Colégio Motivo, Anderson Leineker, o assunto pode ser abordado de diversas formas. “Um deles é o comparativo da atual seca no Sudeste com as secas do Nordeste, já que são regiões de condições climáticas e relevo diferentes.
A seca no Nordeste atinge principalmente o semiárido. O volume anual de chuva atinge, no máximo, de 750 mm a 800 mm por ano - muito pouco se comparado a outras regiões. O Sudeste tem maior dependência das massas de ar úmidas que vêm do sul, mas a cada 12 anos observa-se um fenômeno que é a interrupção da penetração da umidade, que gera seca.
Segundo o Instituto de Astronomia e Geofísica da Universidade de São Paulo, este já é o período com menos chuvas desde 1969. É preciso uma mudança de hábitos e consumo consciente por parte da população.
“Nós que somos do Sertão, nos acostumamos desde pequenos com o uso eficiente da água, sabemos que não podemos desperdiçar”, diz a estudante Maria Eduarda, 17, que pretende cursar medicina e é natural de Serra Talhada.
Outra conexão que o Enem pode fazer são as consequências econômicas e sociais da falta de água. “É importante verificar o impacto econômico no Nordeste. Historicamente, tivemos a condição de migração por causa da água. Outro ponto importante é a queda da produção irrigada. Temos a questão da nascente do Rio São Francisco, que secou. O aluno mais atento pode casar tudo isso com um princípio geográfico chamado conexidade. Todos os fatores físicos são ligados ao humano, a geografia estuda o todo”, explica o professor Leineker.
Dicas para o consumo consciente da água:
Vasos sanitários com caixa acoplada utilizam 6 litros de água/descarga, em vez dos mais de 20 litros das válvulas de parede convencionais.
Se os 19 milhões de habitantes da Região Metropolitana de São Paulo diminuírem a descarga, pelo menos uma vez ao dia, serão economizados mais de 160 milhões de litros/dia.
Só ligue a máquina de lavar roupa quando estiver cheia. Uma lavadora com capacidade para cinco quilos, em operação completa, gasta, em
média, 135 litros
Considerando a abertura total do registro e um tempo de 15 minutos, um banho de consome, em média, 243 litros de água. Se desligamos a ducha enquanto nos ensaboamos e reduzirmos o tempo para cinco minutos, o consumo cai para 81 litros.
Se, ao escovar os dentes, enxaguarmos a boca com a água do copo, economizamos 3 litros.
Cinco minutos com a torneira aberta gastam em torno de 25 litros, quantidade suficiente para ser consumida por uma pessoa por 12 dias.
Antes de lavar a louça, remova bem os restos de comida de todas as peças e deixe-as de molho, se necessário. Ensaboe tudo, primeiro - mantendo a torneira fechada, claro! -, para depois, então, enxaguar de uma só vez.
Só ligue a máquina de lavar roupa quando estiver cheia. Uma lavadora para cinco quilos gasta, em média, 135 litros.
Evite lavar calçadas, quintais e carros com frequência. Se for inevitável, use balde e vassoura no lugar de mangueira ou vassoura hidráulica. (Diário de PE)
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