O escândalo do mensalinho em Joaquim Gomes, onde vereadores daquele município no interior de Alagoas foram presos sob suspeita de receber propina para apoiar as ações do prefeito Antônio de Araújo Barros, o Toinho Batista (PSDB), ganhou um novo episódio. Na edição do Fantástico deste domingo (30), um empresário que participou de fraudes e desvios do dinheiro público deu detalhes do esquema (assista à reportagem completa no vídeo do Fantástico clicando aqui).
De acordo com o empresário, que pediu para não ser identificado, foi desviado dinheiro da Secretaria da Administração, da Saúde e da Ação Social e da Educação. Por meio de notas frias repassadas à prefeitura de Joaquim Gomes, só da empresa dele foram movimentados ilegalmente cerca de R$ 900 mil. "Contando as outras [empresas], uns R$ 3 milhões", avalia.
Oito vereadores e um ex-secretário foram presos no dia 8 de outubro sob suspeita de participar de um esquema de corrupção para apoiar o prefeito. As prisões foram possíveis após investigação do Ministério Público do Estado de Alagoas (MP-AL), que divulgou imagens gravadas em vídeo de alguns vereadores recebendo dinheiro dentro de um carro. Em depoimento, segundo o MP, todos eles negaram que o dinheiro recebido do secretário tratava-se de propina.
As investigações apontam que notas frias foram usadas para que o então prefeito e alguns secretários fingissem que compraram um bem ou pagaram por um serviço para a cidade. Eles recebiam a nota e depositavam o valor na conta da empresa. O dono da empresa sacava o dinheiro, pegava uma comissão e dava o resto para o prefeito.
"Há desvio de tudo, né? Merenda. Se não tomar café em casa, elas [as crianças] não vão comer, não. Essa aqui é uma nota de quentinha, R$ 17.515, certo? Só que essas quentinhas seriam destinadas aos garis, só que os garis nunca comeram essas quentinhas. Tem esquema no remédio, tudo tem acordo", admite.
O promotor que denunciou os suspeitos, Carlos Davi Lopes Correia Lima, fala que os lucros eram divididos, mas Toinho Batista ficava com a maior parte.
“Tinham duas empresas em conluio que forneciam notas fiscais ao prefeito. Ao todo, 20% do valor era distribuído entre essas duas empresas, entre os sócios das duas empresas, e 80% era repassado para o prefeito”, explica Carlos Davi.
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