Em entrevista, ontem, ao Frente a Frente, o presidente da Assembleia, Guilherme Uchoa (PDT), rompeu o silêncio em relação à intervenção da OAB na eleição da mesa diretora da Casa. Em tom irônico, afirmou que a instituição mete a colher onde não deve com uma enorme chance de sair derrotada.
“Em três tentativas de interferência em assuntos da Casa, a OAB nunca ganhou uma. Agora, se insistir, será novamente mal sucedida, porque eleição de mesa diretora é assunto interna corpuris”, disse, adiantando que ganha o comando da Assembleia quem tiver mais votos.
Contando os dias para a eleição, que acontece em fevereiro, Uchoa está com disposição até de bater chapa, conforme ele próprio admitiu na entrevista, embora ressaltando que trabalha pelo consenso dentro da base governista e até entre os partidos de oposição.
“Trabalho por uma escolha consensual e estou certo de que meu nome agrega”, disse o presidente. A base do Governo alimenta um estranho silêncio em relação ao pleito. Até o momento, só o deputado Rodrigo Novaes (PSD) ocupou a tribuna para defender a renovação da mesa diretora.
A maioria está aguardando uma sinalização do governador eleito Paulo Câmara (PSB), que já disse, em público, que não vai interferir em assuntos do Legislativo. Mas isso, naturalmente, é da boca para fora, porque, historicamente, governadores em início de gestão interferem e elegem aliados.
Câmara, segundo o blog apurou, não vai revelar sua preferência por Uchoa, mas já estaria acertado em sinalizar para sua base para o quinto mandato dele, até porque já teria, independente das articulações palacianas, o apoio da maioria dos 49 deputados eleitos. (Frente a Frente/Magno Martins)
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