Duas das seis vagas que Dilma Rousseff reservou para o PMDB no ‘novo’ ministério foram para a bancada do partido na Câmara: Aviação Civil e Portos, entregues respectivamente aos deputados Eliseu Padilha (RS) e Edinho Araújo (SP). O principal objetivo da presidente era o de reacender a fidelidade dos supostos aliados. Não funcionou. Liderado pelo deputado Eduardo Cunha (RJ), o PMDB da Câmara continua de nariz virado para a presidente.
Os dois escolhidos são camaradas do vice-presidente Michel Temer. A bancada já havia se preparado para assimilar Padilha. Mas a maioria achou que Edinho foi um exagero. Uma ala preferia Henrique Eduardo Alves (RN), que ficará sem mandato em 2015 . Outro grupo pedia um peemedebista com mandato. Edinho não frequentava nenhuma lista.
O modo como Dilma lidou com Henrique Alves foi muito criticado. Em conversa com repórteres, a presidente disse que consultaria o procurador-geral da República Rodrigo Janot. Queria saber se os candidatos à Esplanada estavam enrolados no propinoduto da Petrobras. Ela não foi atendida pelo chefe do Ministério Público. Mas Henrique, que estava cotado para o Turismo, se autoexcluiu do rol de ‘ministeriáveis’.
Um dos partidários do atual presidente da Câmara lamentou que Dilma não seja tão rigorosa com a presidente da Petrobras, Graça Foster. Manteve-a no cargo mesmo depois de Janot ter defendido publicamente a troca de toda a diretoria da estatal. Já há peemedebistas procurando a oposição para assinar o requerimento de abertura de nova CPI da Petrobras na legislatura que começa em fevereiro.
Além de ser um insucesso de público, o modelo fisiológico de compor ministérios já não exibe a mesma eficácia. Mimetizando os antecessores, Dilma anuncia um gabinete de reféns —os ministros ficam no cargos enquanto seus partidos disserem ‘amém’ para o governo. No caso do PMDB, a reza desanda antes do início da missa. (Blog do Josias de Souza)
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