Em Pernambuco, é frequente que mulheres
sejam vítimas de assédio sexual dentro dos ônibus e metrôs. Além do
constrangimento, muitas vezes o medo impede que as denúncias sejam feitas. A
Secretaria das Cidades informou que o Grande Recife Consórcio de Transporte está
responsável por criar um comitê que vai atuar na prevenção do assédio sexual
nos ônibus, paradas e terminais.
Para integrar o comitê estão sendo
convocados representantes da Secretaria da Mulher, do Núcleo de Comunicação do
Governo do Estado, da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), da Frente
de Luta Pelo Transporte Público, do Sindicato dos Rodoviários e da Urbana-PE.
Não há prazo para o início da atuação do comitê. A situação foi apresentada no NETV 1ª Edição desta última segunda-feira (02).
É comum que o empurra-empurra na hora de
entrar nos veículos e a superlotação deles seja desculpa para a aproximação dos
agressores. "Eles se aproveitam da situação. Está muito apertado, aí é a
desculpa para eles", conta uma vítima que prefere não se identificar. Uma
das integrantes do Movimento Mulheres em Luta, grupo que atua em vários
estados, aponta como as vítimas podem reagir. "Chamar as outras
companheiras nos ônibus. Quanto mais escândalo a gente fizer, também é uma
forma de se defender", afirma.
No momento do assédio normalmente as
vítimas têm medo e ficam caladas, mas, de acordo com a delegada titular da
Delegacia da Mulher, Alessandra Brito, é preciso que elas façam a denúncia na
delegacia mais próxima. "Levamos em consideração que, apesar de não ser
violência doméstica, a Delegacia da Mulher também é apta a fazer o primeiro
atendimento", pontua.
De acordo com a gestora do Departamento da
Mulher do Recife, Cláudia Freitas, não há estatística sobre os casos de assédio
nos ônibus. “Na maioria das vezes não existe a comunicação ao órgão oficial.
Talvez um dos aspectos seja esse [o medo], talvez seja a dificuldade de
identificação do agressor”, pondera.
Blog: O Povo com a Notícia