Análise divulgada nesta terça-feira (23) pelo Instituto Teotônio Vilela (ITV), braço de formulação política do PSDB, diz que as recentes críticas feitas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao seu partido, o PT, são apenas uma maneira de tentar sair da mira da Justiça da mais recente fase da Operação Lava Jato, que culminou com a prisão dos donos das empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez.
“Bastou o foco criminal virar-se contra ele para Lula ensaiar, desde o fim da semana passada, um movimento para tentar mudar a direção das atenções. Primeiro, num encontro com religiosos, e depois, ontem, 22, numa palestra pública, o ex-presidente tenta agora transformar a discussão sobre o enfraquecimento do PT no centro do debate”, destaca o instituto tucano. Lula se encontrou com religiosos na quinta-feira, 18, e suas falas na ocasião vieram a público no sábado, 20.
Para a entidade, as prisões de Marcelo Odebrecht e Otávio Azevedo colocam o ex-presidente petista na mira da Justiça e no centro das atenções. “Lula sabe que é o alvo da vez, e age”, afirma o Instituto Teotônio Vilela. O instituto diz que as prisões, realizadas na última sexta-feira, 19, levaram o Ministério Público a escalar mais alguns degraus e chegar ao topo da cadeia alimentar, ou seja, perto de quem de fato mandava no esquema. Para os tucanos, Lula foi o que mais se beneficiou do esquema de desvios de recursos da Petrobras, tanto em sua gestão quanto na administração de sua afilhada política, a atual presidente Dilma Rousseff.
O instituto tucano afirma ainda que, no momento, é menos importante discutir o “esfacelamento do PT” do que esclarecer a participação de Lula no escândalo da estatal petrolífera. “Lula pode querer debater seu partido com seus filiados. Mas antes precisará explicar-se a juízes, investigadores e à sociedade brasileira tanto mais fique comprovado que o esquema que pôs o Estado a serviço de seu projeto político foi arquitetado por ele desde o mensalão. A hora agora é de prestar contas com a Justiça e não de esticar o PT no divã – para o que sobrará tempo suficiente quanto o partido estiver apeado do poder.” (Estadão)
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