O
vice-presidente Michel Temer fez nesta sexta-feira uma “ponderação” sobre a
nova fase da operação Lava Jato, que resultou na prisão dos presidentes
da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo.
Disse que é preciso preservar as empresas, para evitar demissões.
“Temos que distinguir muito entre a figura do empresário
e a figura da empresa”, disse Temer. “A empresa sempre é uma garantidora de
empregos. Se nós conseguíssemos construir uma solução pela qual nós pudéssemos
distinguir a figura do empresário da empresa seria útil para a continuação das
atividades dessas grandes empresas e, portanto, para a manutenção do emprego.”
Temer evitou se manifestar sobre o mérito do processo.
“Não conheço os autos, mas certa e seguramente houve alguma espécie de de
movimentação, de razão para isso. Será debatido no Judiciário.” Questionado
sobre o impacto econômico das prisões, insistiu: “…nós precisaríamos discutir,
tentar distinguir a figura do empresário da figura da empresa, porque as
empresas, hoje, convenhamos, são multinacionais. Essas empresas estão pelo
mundo todo divulgando o Brasil. Se nós pudéssemos fazer essa distinção seria
útil para todos.”
Acha que a prisão pode ter reflexos sobre Lula, que é
amigo de Marcelo Odebrecht? “Em realação ao presidente Lula, não vejo nada”,
Temer desconversou. “Nem saberia dizer quais as razões da prisão.” O
vice-presidente falou aos repórteres na saída de uma palestra-almoço do
Instituto dos Advogados de São Paulo. Durante o evento, discorreu sobre o sistema
eleitoral.
Na conversa com os repórteres, foi questionado também
sobre a hostilidade com que a delegação de senadores brasileiros fora recebida
na véspera em Caracas, a capital venezuelana. Disse ter visto o fato “com
péssimos olhos”. Acrescentou: “É inadmissível que representantes do Poder
Legislativo brasileiro estejam lá, numa visita. e sejam hostilizados como
foram.”
Temer recordou que, dias atrás, o ex-primeiro ministro
espanhol Felipe González também estive na Venezuela para se solidarizar com
presos políticos e não e não foi submetido a constrangimentos. Como o Brasil
deve reagir?, indagou-se ao vice presidente. E Temer: “Como já reagiu, pedindo
explicações, como o Itamaraty está fazendo, por determinação da presidente. (Via: Josias de Souza)
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