O ministro da Justiça, José
Eduardo Cardozo, reagiu neste domingo (17) às declarações do presidente da
Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de que seria vítima de um complô entre governo
e Procuradoria-geral da República (PGR).
Em entrevista à Folha de
S.Paulo, Cunha disse que o Ministério Público “trabalha em conjunto” com o
governo Dilma Rousseff para atacá-lo. Em resposta, Cardozo recomendou que Cunha
esclarecesse as denúncias de que é alvo e disse que o presidente da Câmara
“inventa teses”.
“Seria melhor o presidente da
Câmara explicar à opinião pública as acusações que lhe são dirigidas ao invés
de se vitimizar inventando teses de ‘conluios’ que nunca existiram”, afirmou o
ministro.
Na entrevista, Cunha também
disse estranhar a rapidez com que o governo abriu inquérito para investigar o
vazamento de mensagens do ex-presidente da OAS José Aldemário Pinheiro,
indicando que o hoje ministro Jaques Wagner (Casa Civil) teria intermediado
doações para a campanha eleitoral de 2012. “Vaza um documento sobre o Jaques
Wagner e o ministro da Justiça pede para apurar imediatamente. O meu vaza todo
dia e ninguém fala nada. São inúmeros procedimentos, posso falar até amanhã”,
acusou Cunha.
Sobre o inquérito aberto para
apurar vazamentos de mensagens de Pinheiro, obtidas na Operação Lava Jato,
Cardozo disse que o “fato tinha como vítimas varias pessoas, como o ministro
Wagner e o próprio Eduardo Cunha”.
“Não entendo a razão pela qual
ele ficou tão incomodado com a abertura deste inquérito. É estranho. Mas, se
houver outro vazamento ilegal contra ele não investigado, como já disse, ele
pode representar para mim pedindo apuração. Ele sabe como fazer. Já fez antes.
E sempre foi atendido como manda a lei”, disse.
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