A Polícia Federal realizou a primeira prisão com base na lei antiterror.
Foi preso um grupo que já estava se preparando para um ataque terrorista
durante a Olimpíada. O ministro Alexandre de Moraes vai detalhar o ocorrido
ainda hoje em uma entrevista coletiva. A informação é do colunista Lauro
Jardim, do jornal O Globo. A proximidade dos Jogos Olímpicos é vista com
preocupação pelas autoridades brasileiras, que avaliam que o país pode ser alvo
de ataques durante o evento.
O Estado Islâmico e outros grupos jihadistas conclamaram os seus
seguidores a atuar como “lobos solitários” e realizar ataques terroristas
durante os Jogos Olímpicos do Rio, em agosto. Entre os alvos sugeridos estão as
delegações e visitantes dos Estados Unidos, Inglaterra, França e Israel. Os
métodos propostos abrangem a utilização de drones com pequenos explosivos,
acidentes de trânsito e o uso de veneno e medicamentos.
A defesa dos ataques foi realizada em inglês por meio do aplicativo de
mensagens Telegram, que costuma ser usado para estimular a ação de “lobos
solitários”, revelou análise do SITE Intelligence, consultoria especializada na
atuação de grupos extremistas na internet, que é referência no tema até para o
governo dos Estados Unidos.
Em junho, o Estado Islâmico criou no Telegram o primeiro canal para
disseminação de propaganda jihadista em português, voltado para o público
brasileiro. Desde então, seguidores do grupo passaram a disseminar a incitação
de atos terroristas por um grupo que se autointitula “Ansar al-Khilafah
Brazil”, que se apresenta como baseado no País.
O autor das mensagens orientou os seguidores a se aproveitarem das
favelas do Rio onde a criminalidade é disseminada e a usarem a “porosa
fronteira” com o Paraguai para levar armas ao Brasil. “O recente post sobre os
Jogos Olímpicos do Rio diz que ‘vistos, entradas e viagens para o Brasil serão
fáceis de obter'”, ressaltou a análise do SITE. Segundo a empresa, os jihadistas
utilizam o Telegram para fornecer manuais para realização de atentados e
celebram a realização de ataques.
O site sugeriu que o governo brasileiro não descarte nenhuma ameaça e
estude a ação online do Estado Islâmico e outros grupos jihadistas voltada não
apenas para o público que fala português. “O terrorismo moderno é um novo
fenômeno para o qual as mídias sociais desempenham um papel perigoso, com
chamadas para ataques que alcançam usuários ao redor de todo o mundo”, afirmou
a análise. “Os ataques terroristas nos últimos dois anos mostram que nenhum
país do mundo está imune à ameaça do EI e de jihadistas radicais”. Na avaliação
da consultoria, os recentes chamados para ataques nos Jogos Olímpicos não são
surpreendentes. “Esse é um evento mundial e um alvo que é justificável tanto
para EI quanto para outros jihadistas”.
Na avaliação da consultoria, ataques recentes por lobos solitários
mostraram que a estratégica dos terroristas tem sido bem-sucedida. Há três
dias, um imigrante afegão feriu quatro pessoas a machadadas na Alemanha, em um
ataque que parece ter sido inspirado no EI. Na semana passada, um tunisiano
matou 84 pessoas em Nice, na França, usando um caminhão como arma. Um mês
antes, um filho de afegãos nascido nos Estados Unidos assassinou 49 pessoas a
tiros em uma casa noturna gay de Orlando. “Isso só alimenta mais chamados por
ataques e será preciso apenas um atacante disposto a agir no Brasil para
desempenhar esse papel”, observaram os analistas do SITE. (Via: AE / Foto ilustrativa)
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