Assim como o primeiro dia, o segundo dia de julgamento final do impeachment
da presidente Dilma Rousseff, no Senado, também foi marcado por bate-boca e acusações
entre senadores favoráveis e contrários ao processo, principalmente no período
da manhã. À tarde, os atritos foram mais raros e pontuais e a sessão se
concentrou nos depoimentos das testemunhas da defesa.
Na noite de sexta-feira (26), o presidente do Supremo Tribunal Federal
(STF), Ricardo Lewandowski, acolheu pedido de José Eduardo Cardozo, advogado da
presidente, e adiou dois depoimentos de testemunhas da defesa para este sábado
(27). A sessão está prevista para começar às 10h.
O Senado ouvirá o ex-ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, e o professor
direito da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), Ricardo Lodi
Ribeiro. Inicialmente, Lodi Ribeiro seria ouvido como testemunha, mas foi
convertido a informante também a pedido de Cardozo.
Ainda na oportunidade, o presidente do STF acatou pedido de senadores
contrários ao impeachment e aceitou o horário com a condição de que não haja
pausa nos depoimentos para almoço, como ocorreu nos dias anteriores.
Sessão de sexta: Presidente do julgamento do impeachment, o ministro do STF Ricardo
Lewandowski suspendeu a sessão desta sexta-feira (26) depois de ouvir três
testemunhas de defesa: Luiz Gonzaga Belluzzo, doutor em economia pela Unicamp;
Geraldo Prado, professor de direito da UFRJ; e Luiz Cláudio Costa,
ex-secretário-executivo do Ministério da Educação.
Lewandowski marcou o reinício da sessão para às 10h de sábado (27). Ele
afirmou que só deve interromper a sessão depois de ouvir todas as testemunhas.
Ainda faltam falar Nelson Barbosa (ex-ministro do Planejamento e da Fazenda) e
Ricardo Lodi (advogado e doutor em direito tributário).
No canto do plenário, no fim da noite desta sexta, em conversa com
jornalistas, Renan Calheiros disse que ainda decidiu se votará no julgamento do
impeachment. "Por que eu devo votar? Só por que o Cunha votou?"
Ele confirmou que a presidente afastada Dilma encaminhou o nome de Lula
como um de seus convidados para acompanhar a sessão de segunda-feira. Renan não
sabe se Lula virá ou não. "A presidente Dilma vai ficar onde entender que
for mais confortável. O presidente Lula também."
Renan brincou com a discussão da manhã desta sexta. Ele demonstrou
arrependimento por ter entrado no bate-boca. "Eu caí nessa, até no
movimento estudantil a gente sabe que não deve cair."
Sobre a briga com a senadora Gleisi Hoffmann do PT, manteve sua
declaração anterior. "A coisa da ingratidão eu fiquei realmente
indignado", disse.
"Eu ajudei o Lula quando o PMDB não estava no governo. Pago um
preço danado, dizem que eu sou petista", afirmou, rindo. (Via: Agência Senado)
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