A vazão do rio São Francisco não
será reduzida do atual patamar, de 800 metros cúbicos por segundo (m³/s), até o
dia 1º de outubro, a não ser que o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e
Recursos Naturais Renováveis (Ibama) se manifeste de maneira contrária antes
desse prazo.
A decisão foi anunciada nesta última segunda-feira (29), na sede
da Agência Nacional de Águas (ANA), em Brasília, onde aconteceu mais uma
reunião para avaliar os efeitos da defluência reduzida. O setor elétrico havia
solicitado autorização para reduzir a vazão do rio para 700 m³/s.
Para subsidiar seu pedido de redução, o Operador Nacional do
Sistema Elétrico (ONS) apresentou estudos sobre a previsão hidrológica para a
bacia até o final do ano. Os cenários apresentados apontam para um quadro mais
dramático que em anos anteriores. Diante das previsões, a Companhia
Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) confirmou a formalização do pedido ao
Ibama, até mesmo para garantir os usos múltiplos das águas são-franciscanas.
O superintendente da ANA, Joaquim Gondim, apresentou uma
nota, contendo 17 itens, reportando à reunião realizada na semana passada, na
própria agência federal, com representantes dos governos inseridos na bacia do
São Francisco.
Na relação de itens, Gondim deixa claro que qualquer
alteração na defluência dos reservatórios de Sobradinho, na Bahia; e Xingó,
entre Alagoas e Sergipe, não será aplicada antes de outubro.
O superintendente da Chesf, João Henrique Franklin,
argumentou que a redução do nível do São Francisco também significa uma geração
menor de energia, provocando um risco de sobrecarga. Segundo ele, alguns
segmentos já estão preparados para uma redução do nível do rio, estimado entre
15 e 20 centímetros, em virtude da menor defluência.
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