Assista o vídeo:
Ao
ser transferido do hospital para
a cadeia, na noite desta quinta-feira (17), Anthony Garotinho (PR-RJ) esperneou
e esbravejou. Deitado numa maca, foi carregado por bombeiros, sob a vigilância
de agentes federais. Parecia calmo. Transtornou-se ao ser conduzido para o
interior da ambulância. Sob refletores e ao som dos protestos da mulher Rosinha
e da filha Clarissa, o ex-governador protagonizou a coreografia do medo.
“Vocês estão de sacanagem. Querem
me matar, porra!”, vociferou Garotinho, de acordo com reportagem do Globo. Ele
lembrou aos bomberios e policiais que, durante o seu governo, grandes
traficantes foram enviados para o complexo penitenciário de Bangu. O novo
hóspede do presídio soou como se temesse por sua segurança. Garotinho
debatia-se com tal vigor que seus movimentos desautorizavam suas palavras: “Me
solta, me solta. Eu sou um enfartado”, dizia o preso, submetendo as coronárias
de seus condutores a um teste involuntário de esforço.
Numa evidência de que o destino
não é tão aleatório quanto parece, Garotinho amanhece nesta sexta-feira no mesmo
complexo prisional para onde foi mandado seu ex-aliado e agora arqui-inimigo
Sérgio Cabral, recebido sob fogos. A unidade onde estão assentadas as celas destinadas a
presos com curso superior, Bangu 8, foi inaugurada, suprema ironia, por Cabral. Se suspeitassem que o futuro seria tão perverso, os dois ex-governadores talvez
tivessem desperdiçado um naco de suas agendas para discutir a melhoria das
condições carcerárias.
Prefeita do município de Campos,
Rosinha Garotinho queixava-se na porta do hospital da falta de cuidados médicos
a que o marido seria submetido na cadeia. Suas reclamações eram ecoadas pela
filha, a deputada federal Clarissa Garotinho. Entretanto, no despacho em que
ordenou a trasnferência, o juiz eleitoral Glaucenir Silva de Oliveira, da 100ª
Zona Eleitoral de Campos, realçou que a “suposta” debilidade no quadro de saúde
do preso poderá ser tratada na cadeia. Incomodado com as informações de que
Garotinho estava cercado de regalias no hospital, o magistrado anotou:
''Mostra-se imperioso fazer
cessar quaisquer regalias que o réu, ora custodiado, possa estar recebendo,
assim como, em atenção à sua suposta situação inadequada de saúde, determino
sua imediata transferência para o Complexo Penitenciário de Bangu – Presídio
Frederico Marques, onde poderá receber assistência médica. Esclareço que o
referido complexo penitenciário é provido de uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento).''
Nesse ritmo, o Brasil acabará
subvertendo a impunidade. E os políticos não tardarão a encampar propostas que
revolucionarão a rotina dos presídios. Protagonistas dessa nova Era, Garotinho
e Cabral poderiam ajudar sugerindo melhorias no cardápio. Em Bangu, a quentinha
contém arroz ou macarrão, feijão, farinha, carne branca ou vermelha e salada.
No café da manhã, há pão com manteiga e café com leite. Faltam frutas e sucos
no desjejum. E opções light para as refeições. Dono de gostos refinados, Cabral
saberá recomendar os vinhos. (Via: Blog do Joais de Souza)
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