O
consumidor pernambucano já pode ir se preparando para mais um reajuste neste
início de ano. A Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) encaminhou sua
solicitação de aumento tarifário anual para análise e aprovação pela Agência de
Regulação de Pernambuco (Arpe). Se forem levados em consideração apenas os
índices de correção da inflação (IPCA e IGPM), a conta de água vai subir entre
6% e 8%. Mas a Compesa apresentou outras planilhas de custos, que podem fazer o
reajuste fechar em dois dígitos, como aconteceu em 2016 (10,69%).
O pedido de reajuste foi
entregue à Arpe na última sexta-feira e a expectativa é concluir a avaliação
este mês para que entre em vigor a partir de março. O valor integral só será
sentido nas contas de água a partir de maio. Pelas regras do reajuste, a
Compesa pode aplicar 88% do acumulado anual do IPCA e 11,4% do IGPM.
Além dessa correção da
inflação, a companhia inclui despesas que fizeram o custo da operação subir. O
diretor de Regulação Econômico-Financeira da Arpe, Ricardo Fiorenzano, adianta
que a Compesa apresentou justificativas como a crise hídrica para apontar o
aumento nos custos. "A empresa incluiu planilhas de meses em que a conta
de energia elétrica teve acréscimo de bandeira vermelha e amarela por conta do
baixo nível de água nos reservatórios das hidrelétricas. Mas vamos precisar de
tempo para avaliar esses números", observa.
A conta de energia elétrica
responde pelo principal custo da Compesa, por isso as altas contribuem
diretamente para definir o reajuste da companhia. No próximo mês de abril, a
Celpe irá anunciar os novos preços para 2017, o que pode impactar em uma
revisão extraordinária na tarifa da Compesa, tendo em vista que o reajuste de
agora não contabiliza os pleitos da concessionária elétrica.
SECA: A estiagem que se estende há 5
anos em Pernambuco vai interferir no reajuste tarifário da conta de água não só
em função do impacto no setor elétrico, mas também pela operação necessária
para atender, sobretudo o Agreste do Estado. Para solicitar o aumento deste ano,
a Compesa incluiu os custos com carro-pipa para atender a população.
"A Companhia vai precisar
comprovar esses custos, porque essas populações são assistidas por carros-pipas
não só da Compesa, mas também do Exército e do governo do Estado", afirma
Fiorenzano. Em setembro do ano passado, a Barragem de Jucazinho (no município
de Surubim) entrou em colapso e atingiu seu volume morto. O reservatório chegou
a 0,01% de seu volume de água e deixou de realizar o abastecimento de 11
municípios que dependiam dela. A barragem começou a secar em 2015.
Com isso, pelo menos 200 mil
pessoas precisaram ser atendidas por carro-pipa. Com capacidade para comportar
327.036.000 m³ de água, Jucazinho é o maior reservatório do Agreste, região que
sofreu mais com a seca do que o próprio Sertão. Para este ano, sem a presença
do El Niño e com uma passagem rápida da La Niña, a expectativa é de que o
regime de chuvas melhore em 2017. (Via: JC)
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