O esquema de segurança em
Curitiba para o depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
(PT) contará com um efetivo de aproximadamente 1.000
policiais militares, disse a Secretaria de Segurança Pública e Administração
Penitenciária do Paraná (Sesp). O petista se encontrará com o juiz federal Sergio Moro pela
primeira vez após ter sido condenado a nove anos e
seis meses de prisão no caso do tríplex do Guarujá.
A audiência está marcada para a tarde desta quarta-feira.
Também serão deslocados representantes da Polícia Civil,
Corpo de Bombeiros, Departamento de Inteligência do Estado do Paraná (Diep),
Guarda Municipal, Polícias Rodoviária Estadual e Federal, Polícia Federal,
Agência Brasileira de Inteligência (Abin), entre outras. “É um esquema muito
parecido, mas um pouco menor do que no depoimento anterior. Considerando
informações repassadas a nós, virão menos pessoas”, disse o secretário da
Segurança Pública, Wagner Mesquita.
Havia a expectativa de uma
mobilização maior do que a registrada no primeiro depoimento de Lula a Moro,
ocorrido no dia 10 de maio. As autoridades cogitavam a vinda de 60 mil pessoas
para Curitiba, mas a Secretaria de Segurança disse que o número não se
confirmou. São esperadas para esta quarta cerca de 5 mil pessoas na cidade.
No primeiro encontro entre Lula e Moro, o esquema de
segurança contou com 1.700 policiais militares. Um helicóptero da PM também foi
mobilizado para fazer o patrulhamento da área. Toda a operação custou 110.000
reais.
Para evitar o conflito entre
grupos pró e contra Lula, os apoiadores do ex-presidente ficarão concentrados
na praça Generoso Marques, enquanto grupos críticos do ex-presidente ficarão
nas proximidades do Museu Oscar Niemeyer, informou Mesquita. “A nossa intenção é
que não haja qualquer contato entre estes dois grupos, assim como aconteceu no
primeiro depoimento do ex-presidente.”
Em nota, o PT informou que entidades e movimentos sociais,
articulados pela Frente Brasil Popular, realizarão um ato em apoio a Lula. A manifestação
ocorrerá às 18h e contará com a presença do ex-presidente, que deverá discursar
no local.
O processo: Lula será ouvido no processo em que a força-tarefa da Operação
Lava Jatoatribui a ele os crimes de corrupção passiva e lavagem de
dinheiro. Segundo o Ministério Público
Federal, propinas pagas pela Odebrecht chegaram a 75 milhões de reais em oito contratos com a
Petrobras. Este montante, segundo os investigadores, inclui um terreno de 12,5
milhões de reais para comprar um imóvel que seria para o Instituto Lula – mas
que nunca foi usado – e outros 504 mil reais para a aquisição do apartamento
vizinho ao que o petista mora, em São Bernardo do Campo.
Na última semana, o ex-ministro Antonio
Palocci, que também é réu no processo, incriminou
Lula ao prestar depoimento a Moro. Ele citou um “pacto
de sangue” entre o empresário Emílio Odebrecht e
Lula, que teria envolvido um “pacote de propinas” ao petista no final de seu
segundo mandato no Palácio do Planalto, em 2010.
O ex-ministro disse a Moro que
a denúncia do MPF “procede” e que participou das tratativas sobre vantagens
indevidas. Afirmou, ainda, que a relação entre os governos petistas e a
empreiteira era “bastante intensa, movida a vantagens dirigidas à empresa e
propinas pagas pela Odebrecht para agentes públicos”.
A defesa de Lula nega todas as acusações e diz que Palocci
mentiu para tentar conseguir fechar o acordo de delação premiada que está
negociando com o MPF. Palocci está preso em Curitiba desde setembro do ano
passado. (Via: Estadão Conteúdo)
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