O segundo programa da campanha do
PT à Presidência no rádio nesta terça-feira (4) continuou a defender a
candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva, mas começou a sinalizar a
substituição do ex-presidente por Fernando Haddad, atual vice-presidente na
chapa.
Como mostrou a reportagem, o PT já se prepara para retirar a candidatura
de Lula na próxima terça-feira (11), prazo fixado pela Justiça para sua
substituição.
Assim como no sábado (1º), a propaganda foi aberta com a leitura da decisão
do Comitê dos Direitos Humanos da ONU que defende o direito de Lula de ser
candidato. Dessa vez, porém, acrescentou a informação de que a candidatura do
petista foi barrada pelo TSE.
Na sequência, o petista aparece defendendo os feitos de seus governos e
prometendo um país melhor. "O povo sabe o que aconteceu no período em que
governamos esse país. Esse povo sorria. Esse povo comia. Esse povo trabalhava.
Esse povo recebia salário. Esse povo estudava. Ele sabe disso, que nós fizemos
um Brasil melhor nesses 12 anos e isso é possível a gente devolver para o
povo", afirma Lula.
Na conta, o ex-presidente exclui o tempo do segundo mandato de Dilma
Rousseff, que foi afastada do cargo em maio de 2016 e teve seu processo de
impeachment concluído em agosto do mesmo ano.
Haddad é então apresentado após uma música que diz que na "seca a
esperança vive" e que "Haddad é Lula". O ex-prefeito faz um
juramento de lealdade ao ex-presidente e promete aos brasileiros devolver o
país deixado pelo petista.
"Os que perseguem Lula perseguem o povo brasileiro. Ele está preso,
enquanto o governo Temer bagunça o país, corta os direitos do povo, entrega
nossas riquezas aos estrangeiros. Aqui, faço um juramento de lealdade ao
ex-presidente Lula. Não vamos descansar. Vamos libertar os brasileiros de toda
essa injustiça", diz.
O TSE determinou nesta segunda (3) que o PT não poderia utilizar o mesmo
material transmitido no sábado, em que Lula continuava como candidato da chapa,
apesar do veto da corte.
No material transmitido nesta terça, o trecho do jingle da campanha do PT,
que antes dizia "chama que o homem dá jeito", foi alterado para
"chama que o 13 dá jeito" e "Lula é Haddad, é o povo". A
peça é encerrada com a fala de um rapaz, que diz que Haddad representa o sonho
de milhares de jovens.
Os programas das demais campanhas tiveram poucas alterações. Geraldo
Alckmin (PSDB) seguiu fazendo críticas a Jair Bolsonaro (PSL), que sem tempo
apenas diz o nome da coligação que o apoia. O programa do tucano destacou a
rede de tratamento ao câncer em São Paulo, ouvindo relatos de pacientes e
prometendo estender a ação para o restante do país.
Marina Silva (Rede) citou a morte do menino Marcos Vinícius, 14 anos,
baleado a caminho da escola na favela da Maré, no Rio de Janeiro. A candidata
eleva o tom de voz para dizer que não dá mais para aceitar políticos que se
escondem em palácios e no Congresso.
Ciro Gomes (PDT) voltou a falar de seu programa de refinanciamento de
dívidas e Henrique Meirelles (MDB) repetiu seu programa, em que diz ter sido
chamado por Lula e para limpar a bagunça deixada por Dilma. Na propaganda do
PSOL, o ator Wagner Moura pede votos para Guilherme Boulos, o candidato que
segundo ele é capaz de acabar com a esculhambação. (Via: Folhapress)
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