Exames concluíram que o estudante
de direito Vinícius Batista Serra, 27, que espancou a empresária Elaine
Caparróz, 55, não tem problemas psiquiátricos. Segundo a Secretaria de
Administração Penitenciária do Rio de Janeiro, "foi constatado
estabilidade no quadro médico".
Nesta quarta (27), ele recebeu alta do hospital penal psiquiátrico Roberto
Medeiros, na zona oeste da capital fluminense, e foi transferido para um
presídio comum, que não foi divulgado por questões de segurança. Em depoimento
à polícia, ele havia alegado surto psicótico.
A pasta informou que Serra ficou em observação médica desde a última
quinta (21), quando foi levado para a unidade, e que "após resultados dos
exames feitos durante a internação, não houve alteração do quadro clínico
psicopatológico".
A delegada Adriana Belém, responsável pelo caso, já havia dito que não
acreditava na alegação de surto. "Não acredito em surto psicótico, mas
também não tenho habilitação técnica para isso", ela afirmou na segunda
(25), quando a vítima prestou depoimento durante cerca de três horas.
A polícia trabalha com a hipótese de que o crime tenha sido motivado por
uma possível vingança contra o filho da vítima, o lutador Rayron Gracie, porque
o agressor adicionou Elaine no Instagram após o filho postar uma foto com a mãe
no Instagram. A razão, porém, ainda não está clara.
Nesta terça (26), o estudante, que também é lutador de jiu-jítsu, virou
réu na Justiça por tentativa de homicídio depois que o juiz Alexandre Abrahão
Dias Teixeira, da 3ª Vara Criminal do Rio, aceitou denúncia do Ministério
Público.
O magistrado também determinou que Elaine seja encaminhada a um projeto do
Tribunal de Justiça para proteção de mulheres vítimas de violência doméstica. A
iniciativa, chamada de Projeto Laranja/Violeta, permite acelerar a tramitação
de medidas protetivas de urgência.
Serra foi preso em flagrante após agredir a paisagista durante quatro
horas na madrugada do dia 16. Os dois trocavam mensagens nas redes sociais
havia oito meses e marcaram um jantar no apartamento da vítima na Barra da
Tijuca, zona oeste do Rio. Ele pediu para dormir na casa dela.
"Eu acordei com ele esmurrando a minha cara", contou Elaine, que
ficou desfigurada, perdeu um dente e teve deslocamento de retina e um glaucoma
traumático no olho esquerdo. Funcionários do prédio ouviram os gritos e
acionaram a polícia, impedindo que o agressor deixasse o condomínio.
A Folha ainda não conseguiu contato com a defesa do réu.
Blog: O Povo com a Notícia
Via: Folhapress