Bancada de situação fica
dividida entre defender o vereador Elias Jardim e blindar o prefeito Miguel
Coelho após vazamento de áudio
Dos 16 vereadores de situação, apenas três demonstraram
solidariedade ao colega Elias Jardim, durante seus pronunciamentos na sessão
ordinária desta terça-feira (26) na Casa Plínio Amorim, após o vazamento de um
áudio nas redes sociais, onde o aliado do prefeito, confirma que as indicações
no Programa Nova Semente de professoras e gestoras são feitas pelos vereadores
de Petrolina. Solidários os vereadores Gaturiano Cigano, Ruy Wanderley e
Rodrigo Araújo defenderam o colega da base governista. Já os outros vereadores
da situação tiraram o foco das discussões e enalteceram a versão do Programa
adotada pela atual gestão. Elias foi a única ausência registrada na reunião
desta manhã, a justificativa do líder do seu grupo, é que ele já tinha
compromissos familiares agendados.
No áudio, o vereador Elias protagonizou um escândalo admitindo que
os vereadores da base do governo é que indicam os profissionais para o programa
e chegou a confirmar o desligamento de uma funcionária porque ela não era
agradecida a ele pelo cargo que tinha “não caiu de paraquedas, ela precisa
entender que deve ser agradecida, e não me dá nem um bom dia, nunca veio em
meio gabinete agradecer”, disse num trecho da mensagem de voz. Ele disse
ainda, que ela estava saindo porque nunca o respeitou e que deve satisfação a
ele. “A questão é política, não vou sustentar ninguém de graça”, frisou e
completou o vereador: “Eu tô [sic] trocando para colocar pessoas de confiança.
A gente não vai ficar com esse tipo de gente. Eu não tenho nada com esse povo
não, por isso é que está saindo”.
Elias Jardim falou com clareza no áudio, o uso da máquina pública
para favorecimento político e uma ferramenta para fins eleitoreiros, uma
espécie de cabide de emprego. As declarações do vereador levou a bancada de
Oposição protocolar no Ministério Público nesta manhã uma denúncia pedindo a
abertura investigatória para apurar a interferência dos vereadores da base do
prefeito Miguel Coelho nas indicações dos contratados Nova Semente, fato este
que levanta dúvidas inclusive, no certame realizado pelo próprio poder público
no último domingo (24).
O líder da bancada de oposição, Paulo Valgueiro, propôs o desafio
de fazer uma pesquisa popular para avaliar o Programa Nova Semente no seu
formato original e após as mudanças que a atual gestão fez. “De Nova Semente
não tem nada, só restou o nome porque é Lei”, ressaltou Valgueiro, que
apresentou em plenária cópias de uma cartilha com orientações enviadas aos
vereadores da base do Governo para defesa do Programa regimentado pelo prefeito
Miguel Coelho. “Vieram afinados, orquestrados para desfocar o escândalo do
áudio do colega, é vexatório. Esse Programa não pode mais ser chamado de Nova
Semente, é mais um toma lá dá cá. Antes de ensaiar para defender as mudanças do
Programa vocês têm que buscar saber a opinião popular sobre o Programa”,
pontuou.
Blog: O Povo com a Notícia