O ministro de Minas e Energia,
Bento Albuquerque, disse hoje (22), que o programa nuclear brasileiro é
prioridade para o Brasil e que, após "altos e baixos", o país volta a
um patamar "que podemos sonhar". Albuquerque reforçou que a previsão
é que em 2020 seja retomada a construção da usina nuclear Angra 3:
"Provavelmente iniciaremos Angra 3 em 2020".
O ministro participou da entrega do Prêmio de Reconhecimento Nuclear da
Associação Brasileira para o Desenvolvimento de Atividades Nucleares (Abdan),
que está na terceira edição.
"O programa nuclear, para o Brasil, é prioridade. Faz parte da nossa
matriz energética e, pelas caraterísticas do nosso país, nós não podemos abrir
mão dessa fonte de energia", ressaltou.
O programa nuclear brasileiro começou nos anos 1950. As usinas de Angra 1
e Angra 2, foram construídas e começaram a operar no litoral do Rio de Janeiro
nas décadas seguintes. O complexo é administrado pela Eletronuclear. A fonte
nuclear responde por cerca de 3% da geração de energia no Brasil.
Angra 3 será a terceira usina da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto,
localizada na praia de Itaorna, em Angra dos Reis (RJ). Segundo a
Eletronuclear, quando entrar em operação comercial, a nova unidade com potência
de 1.405 megawatts, será capaz de gerar mais de 12 milhões de megawatts-hora
por ano, energia suficiente para abastecer as cidades de Brasília e Belo
Horizonte durante o mesmo período. Com Angra 3, a energia nuclear passará a
gerar o equivalente a 50% do consumo do Estado do Rio de Janeiro.
Mais de 60% da Usina de Angra 3 foi construída, a um custo de quase R$ 10
bilhões. Para concluir a obra faltam mais R$ 15 bilhões em investimentos.
A previsão da retomada das obras para 2020 foi reforçada pelo presidente
da Abdan, Celso Cunha. Segundo ele, este ano, para o setor, foi de
"desatar nós". "O setor de geração termonuclear começa a
apresentar uma solução para a conclusão do impedimento de Angra 3",
afirmou.
A cerimônia ocorreu no Clube Naval do Rio de Janeiro, com a entrega da
honraria para o Almirante-de-Esquadra Eduardo Bacellar Leal Ferreira; os pesquisadores
Aldo Malavasi e Carlos Alberto Aragão de Carvalho Filho; e para o engenheiro
João Carlos Cunha Bastos. (Via: Agência Brasil)
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